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Israelense diz que terremoto na Itália foi 'punição divina'

28/10/2016 19h29

TEL AVIV, 28 OUT (ANSA) - O vice-ministro de Cooperação Regional de Israel, Ayoob Kara, afirmou que os terremotos desta semana na Itália são uma "punição divina" pela abstenção do país na votação de uma moção da Unesco que nega a ligação entre judeus e locais sagrados de Jerusalém.   

Kara estava em missão no Vaticano na última quarta-feira (26), quando fortes tremores foram sentidos em toda a região central da Península Itálica, inclusive em Roma. "Passar por um terremoto não foi a experiência mais agradável, mas tínhamos confiança que a Santa Sé nos protegeria. Tenho certeza que o terremoto ocorreu por causa da decisão da Unesco, que o Papa desaprovou fortemente", disse o vice-ministro, segundo o site "Ynet".   

A Itália foi um dos países que se absteve na votação da moção, embora a tenha criticado duramente. O primeiro-ministro Matteo Renzi chegou a dizer que o documento era "alucinante". A polêmica começou na semana passada, quando a Unesco aprovou uma resolução promovida por países árabes para proteger o patrimônio cultural palestino.   

O texto afirma que a anexação de Jerusalém Oriental por Israel é ilegal, incluindo o Monte do Templo, local sagrado para os judeus e chamado de Esplanada das Mesquitas pelos muçulmanos. Na última quarta, a entidade votou outra moção, esta se referindo aos lugares sacros apenas pelas denominações usadas no Islã.   

Kara também é membro do Knesset, o Parlamento de Israel, e pertence ao partido conservador Likud, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. "Se forem confirmadas essas palavras, Netanyahu deve exigir a renúncia imediata [de Kara] e pedir desculpas a todos os italianos", disse o deputado Emanuele Fiano.   

As declarações chegam na véspera da primeira viagem oficial do presidente da Itália, Sergio Mattarella, a Jerusalém. O objetivo inicial era levar uma mensagem de diálogo, mas a passagem do chefe de Estado por Israel corre o risco de ser dominada pela tensão entre os dois países. (ANSA)
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