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Menina que chegou à Itália sozinha reencontrará mãe

24/11/2016 20h19

SÃO PAULO, 24 NOV (ANSA) - Uma menina de 4 anos que fez a perigosa travessia da Tunísia à Itália pelo Mediterrâneo e que chegou ao país europeu sozinha conseguirá reencontrar sua mãe nos próximos dias graças a uma grande coincidência. A pequena Oumoh, originária da Costa do Marfim, chegou desacompanhada à ilha de Lampedusa em uma embarcação da Marinha italiana após o barco onde estava ter naufragado no Canal da Sicília. A menina tinha sido levada para a Tunísia pela mãe, Zanabou Camara, de 31 anos, por que a família do seu pai queria que ela passasse pela terrível prática da mutilação genital, tida como tradição no país africano. Para que as duas pudessem se mudar oficialmente para a Tunísia, Zanabou voltou para a Costa do Marfim para arrumar a documentação e deixou a menina com uma amiga de sua irmã. No entanto, enquanto isso, a amiga encontrou uma maneira de ir até a Itália e decidiu levar Oumoh com ela. Após o naufrágio, ela acabou largando a menina sozinha. A criança, então, foi levada para um centro de imigrantes em Lampedusa e depois, mandada para outro centro de acolhimento em Palermo pela inspetora de polícia Maria Volpe, conhecida na Itália como "Mamma Maria" pelo seu incrível trabalho com menores de idade imigrantes. Após tudo isso, a verdadeira sorte de Oumoh foi ter sido reconhecida por outra garota: Nassade, de 8 anos. Vindos do Mali, ela, sua mãe e seu irmãozinho de apenas 3 semanas de vida chegaram à Lampedusa e também foram acolhidos pelo mesmo centro.   

Quando a família estava conversando com Volpe, Nassade reconheceu Oumoh em uma foto que estava na sala. Já procurando os pais da menina da Costa do Marfim há dias, "Mamma Maria" perguntou à mãe da garota se ela também sabia quem era a criança da foto. A mulher respondeu que sim, que tinha conhecido ela e sua mãe em um centro na Tunísia e que sabia seu nome e até seu telefone. Assim, Zanabou foi contatada e rapidamente respondeu, emocionada por descobrir que finalmente se reencontraria com a filha.   

Agora, os governos da Itália e da Tunísia estão negociando uma maneira de mãe e filha se reunirem. (ANSA)
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