Morte de Fidel Castro gera reações opostas pelo mundo
HAVANA, 26 NOV (ANSA) - A morte do ex-líder cubano Fidel Castro gerou reações diversas neste sábado (26) nos cidadãos cubanos que vivem na ilha ou no exterior, já que revolucionário era considerado um herói pela esquerda e um ditador pela direita. A notícia da morte de Fidel, de 90 anos, foi veiculada durante a madrugada deste sábado, horas após o falecimento, ocorrido às 22h29 de sexta-feira, dia 25 de novembro. Os veículos de comunicação em Cuba foram pegos de surpresa com a confimação da morte, feita em uma mensagem de vídeo pelo irmão, sucessor político de Fidel e atual presidente, Raúl Castro.Em seguida, os sites oficiais do governo cubano tiveram problemas de conexão devido ao grande fluxo de acesso de internautas. Nas redes sociais, hashtags opostas surgiram: #CubaLibre aparecia nos trendtopics, mas concorria com mensagens de apoio ao ex-presidente, como #Hastalavictoriasiempe, #HastasiempreComandante e #HonoryGloriaFidel. Enquanto as ruas da capital Havana ficavam desertas logo após a notícia da morte vir à tona, em Miami, nos Estados Unidos, cubanos dissidentes saíam para celebrar a morte de Fidel, acusado de restringir a liberdade de expressão e violar os direitos humanos. Entre os líderes políticos mundiais, a divergência sobre o legado e a obra de Fidel também perdurou durante todo o sábado.
Se, por um lado, o revolucionário implantou sistemas de alta qualidade de ensino e saúde na ilha do Caribe, por outro, reprimiu opositores e liberdades individuais, criando inimizades. Nações que apoiam o socialismo, como a Rússia e a China, elogiaram a revolução levada a cabo pelo cubano em 1959. Já os países de tendência capitalista reagiram com cuidado à morte de Fidel. "A Cuba livre e independente que ele e seus aliados construíram se tornou um membro influente para a comunidade internacional e um exemplo de inspiração para muitos países", disse o presidente russo, Vladimir Putin.
O chinês Xi Jinping, que há poucos dias fez uma viagem pela América Latina, disse que a morte de Fidel é "uma perda para o povo da China". Xi definiu Fidel como "um companheiro próximo e um amigo sincero", além de ressaltar que o cubano "viverá no coração dos cubanos, pois obteve grandes resultados políticos e fez história".
Na Europa, o tom foi mais moderado. O presidente italiano, Sergio Mattarella, disse que Fidel Castro foi "um protagonista da história do seu país e da vida do mundo". "Nos últimos anos, mesmo longe da política ativa, ele não deixou de expressar sua voz sobre temas globais de alta relevância, como a questão ambiental", escreveu o chefe de Estado de Roma. O ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, afirmou que, com a morte do cubano, "encerra-se uma grande e dramática página dos anos 1990". O chanceler demonstrou proximidade da Itália ao povo cubano e também garantiu que Roma enviará um representante ao funeral, marcado para 4 de dezembro.
O presidente da França, François Hollande, comentou que Fidel "encarnou a revolução cubana" em suas "esperanças e desilusões".
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, ressaltou que o papel de Fidel "na direção de Cuba por quase meio século deixou uma grande marca em seu país e na política global". "Ele será lembrado por sua liderança na Revolução Cubana". Os Estados Unidos, que passam por um período de transição de mandato presidencial e são, historicamente, o maior adversário político e ideolígico de Cuba, também comentaram a notícia da morte de Fidel. O democrata Barack Obama, cujo governo foi o responsável por retomar as relações diplomáticas com Cuba após mais de 50 anos, disse que "a história julgará o enorme impacto" de Fidel.
"Durante a minha Presidência, nós trabalhamos muito para colocar o passado para trás, perseguindo um futuro no qual a relação entre nossos dois países seja definida não pelas nossas diferenças, mas pelas muitas coisas que compartilhamos enquanto vizinhos e amigos", acrescentou. Já o recém-eleito presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, foi crítico e chamou Fidel de "ditador brutal". "Enquanto Cuba permanece uma ilha totalitária, deposito esperanças de que o dia de hoje marque o fim dos horrores suportados por tanto tempo e um futuro no qual o magnífico povo cubano viva, finalmente, com a liberdade que merece".
O a região natal de Fidel, a América Latina, também lamentou e demonstrou apoio ao cubano. A maioria das mensagens teve tom moderado e imparcial, com exceção dos históricos regimes aliados, como Bolívia e Venezuela. Com a morte de Fidel, morre também a força esquerdista que dominou a região na última década. A política populista já deu espaço para novos governos de direita no Brasil e na Argentina e, na terra de Hugo Chávez, também apresenta sinais de instabilidade. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Se, por um lado, o revolucionário implantou sistemas de alta qualidade de ensino e saúde na ilha do Caribe, por outro, reprimiu opositores e liberdades individuais, criando inimizades. Nações que apoiam o socialismo, como a Rússia e a China, elogiaram a revolução levada a cabo pelo cubano em 1959. Já os países de tendência capitalista reagiram com cuidado à morte de Fidel. "A Cuba livre e independente que ele e seus aliados construíram se tornou um membro influente para a comunidade internacional e um exemplo de inspiração para muitos países", disse o presidente russo, Vladimir Putin.
O chinês Xi Jinping, que há poucos dias fez uma viagem pela América Latina, disse que a morte de Fidel é "uma perda para o povo da China". Xi definiu Fidel como "um companheiro próximo e um amigo sincero", além de ressaltar que o cubano "viverá no coração dos cubanos, pois obteve grandes resultados políticos e fez história".
Na Europa, o tom foi mais moderado. O presidente italiano, Sergio Mattarella, disse que Fidel Castro foi "um protagonista da história do seu país e da vida do mundo". "Nos últimos anos, mesmo longe da política ativa, ele não deixou de expressar sua voz sobre temas globais de alta relevância, como a questão ambiental", escreveu o chefe de Estado de Roma. O ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, afirmou que, com a morte do cubano, "encerra-se uma grande e dramática página dos anos 1990". O chanceler demonstrou proximidade da Itália ao povo cubano e também garantiu que Roma enviará um representante ao funeral, marcado para 4 de dezembro.
O presidente da França, François Hollande, comentou que Fidel "encarnou a revolução cubana" em suas "esperanças e desilusões".
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, ressaltou que o papel de Fidel "na direção de Cuba por quase meio século deixou uma grande marca em seu país e na política global". "Ele será lembrado por sua liderança na Revolução Cubana". Os Estados Unidos, que passam por um período de transição de mandato presidencial e são, historicamente, o maior adversário político e ideolígico de Cuba, também comentaram a notícia da morte de Fidel. O democrata Barack Obama, cujo governo foi o responsável por retomar as relações diplomáticas com Cuba após mais de 50 anos, disse que "a história julgará o enorme impacto" de Fidel.
"Durante a minha Presidência, nós trabalhamos muito para colocar o passado para trás, perseguindo um futuro no qual a relação entre nossos dois países seja definida não pelas nossas diferenças, mas pelas muitas coisas que compartilhamos enquanto vizinhos e amigos", acrescentou. Já o recém-eleito presidente dos EUA, o republicano Donald Trump, foi crítico e chamou Fidel de "ditador brutal". "Enquanto Cuba permanece uma ilha totalitária, deposito esperanças de que o dia de hoje marque o fim dos horrores suportados por tanto tempo e um futuro no qual o magnífico povo cubano viva, finalmente, com a liberdade que merece".
O a região natal de Fidel, a América Latina, também lamentou e demonstrou apoio ao cubano. A maioria das mensagens teve tom moderado e imparcial, com exceção dos históricos regimes aliados, como Bolívia e Venezuela. Com a morte de Fidel, morre também a força esquerdista que dominou a região na última década. A política populista já deu espaço para novos governos de direita no Brasil e na Argentina e, na terra de Hugo Chávez, também apresenta sinais de instabilidade. (ANSA)
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