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2016, O ano em que a terra tremeu

27/12/2016 17h07

SÃO PAULO, 27 DEZ (ANSA) - Por Luciana Ribeiro - O silêncio interrompido por um estrondo, a tranquilidade tomada pelo desespero, vidraças que se estilhaçaram. Casas foram ao chão, pessoas soterradas e milhares ficaram desabrigados. Durante o ano, esta situação se repetiu em diversos países, inclusive na Itália. Em 2016, a terra tremeu. No dia 3 de janeiro, um terremoto de magnitude 6,8 abalou o nordeste da Índia, perto da fronteira com Myanmar e Bangladesh.   

Já em 25 de janeiro, um tremor de 6,3 graus na escala Richter foiregistrado no mar de Alborán, sendo sentido no sul da Espanha e no norte do Marrocos. Após um forte abalo no dia 6 de fevereiro, a região sul de Taiwan foi sacudida, causando o desmoronamento de um edifício.   

Cerca de 116 pessoas morrerem.   

Oito dias depois, na cidade de Christchurch, na Nova Zelândia, foi registrado um tremor de 5,8 graus que deixou 40 pessoas feridas.   

As sirenes dos serviços de emergência ressoaram nas ruas e pelo menos um prédio teve de ser evacuado.   

Do outro lado do oceano, o terremoto no Equador entrou para a lista dos piores tremores da América Latina dos últimos anos. No dia 16 de abril, um abalo sísmico de 7,8 graus na escala Richter, que causou mais de 700 réplicas, matou 659 pessoas e deixou mais de 26 mil cidadãos desabrigados. O presidente Rafael Correa decretou estado de emergência no país.   

Em 2 de maio, foi a vez do Brasil sentir a terra tremer. Ao menos nove cidades da região metropolitana de Belo Horizonte foram atingidas por um sismo de magnitude 3,7, considerado o maior abalo já registrado na região, que foi provocado por uma acomodação de falhas geológicas.   

De acordo com o departamento de sismologia da Universidade de Brasília, em 2016 já foram registrados 122 tremores de terra no país, sendo 21 em Minas Gerais.   

No mês de agosto, novamente Myanmar foi atingida por um tremorde magnitude 6,8, deixando ao menos três mortos e tradicionais templos religiosos da antiga capital Bagan danificados.   

Mas foi no dia 24 do mesmo mês, que a Itália começou a viver um período dramático, repleto de perdas e destruição. Às 3h36 da madrugada, um forte tremor de 6 graus na escala Richter abalou a região central do país, causando a devastação de cidades inteiras, como Amatrice, Accumoli e Arquata del Tronto.   

Segundo dados do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia(INGV), foram registradas mais de 100 réplicas.   

Durante dois meses, a Itália sofreu três terremotos com magnitudes superiores a 5 e 6 graus. Os abalos provocaram a morte de quase 300 pessoas, 40 mil desabrigados, além de ruírem centenas de construções históricas.   

De acordo com o professor especialista em sismologia da Universidade Mackenzie, Waldir Stefano, "há 12 principais grandes placas que podem apresentar três tipos de movimentos. O divergente, quando [as placas] se afastam; o convergente, quando há colisão entre diferentes placas; e o cisalhamento, deslocamento em planos diferentes", disse.   

Os movimentos sísmicos são constantes, mas a magnitude dos tremores depende da quantidade de energia acumulada na terra ao longo dos séculos. São esses diferentes movimentos os responsáveis por uma série de fenômenos naturais na Terra, comoterremotos, tsunamis, vulcões e o distanciamento entre os continentes.   

Países como Chile, Itália, Japão, Indonésia e Tailândia estão mais suscetíveis a sofrerem tremores por estarem situados "em uma região de encontro entre duas placas tectônicas", ressaltou Stefano.   

Em abril, no Japão foi registrado um terremoto de 6,4 graus na escala Richter no sul do país, próximo a Kumamoto. Duas pessoas morreram. Já em 21 de novembro, um terremoto de magnitude 7,3 atingiu o país provocando um tsunami na região de Fukushima.   

Segundo o professor da Mackenzie, essas regiões estão localizadas no chamado Círculo de Fogo, que é uma zona de elevada instabilidade formada por uma série de fossas geológicas encontradas no fundo do oceano.   

"Sua formação está relacionada com o encontro de várias placas tectônicas, tornando os países localizados nessa região uma zona com forte presença de terremotos e tsunamis", afirmou.   

Em 7 de dezembro, um tremor de magnitude 6,5 atingiu a Província de Aceh, situada no extremo norte da ilha de Sumatra. Ao menos 100 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. Já no dia 21, as ilhas Barat Daya, no leste da Indonésia, também foram atingidas por um terremoto de 6,5 graus. O último terremoto do ano ocorreu dia 25 de dezembro, em pleno Natal, e assustou o Chile, com 7,7 graus de magnitude. (ANSA)
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