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Itália recebe G7 para tentar impor agenda migratória

25/05/2017 20h27

ROMA, 25 MAI (ANSA) - Repleto de caras novas, o G7, grupo com sete das maiores potências do planeta e a União Europeia, volta a se reunir nesta sexta-feira (26), em Taormina, no sul da Itália, para debater questões como terrorismo, imigração e Rússia.   

O anfitrião e primeiro-ministro italiano, Paolo Gentiloni, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já estão nessa pequena cidade siciliana de pouco mais de 10 mil habitantes e são dois dos quatro estreantes na cúpula. Assim como eles, o recém-eleito presidente da França, Emmanuel Macron, e a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, debutam no G7.   

Aos quatro líderes, juntam-se os já veteranos Angela Merkel, chanceler da Alemanha, Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão, Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, e Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu. O grupo é completado pelo premier do Canadá, Justin Trudeau, que vai para sua segunda reunião.   

Trump passou a quinta-feira (25) na Bélgica por causa da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e desembarcou no aeroporto de Sigonella, a 70 km de Taormina, já de noite, acompanhado da primeira-dama Melania Trump. De lá, o republicano seguiu de helicóptero para a cidade-sede do G7, que está tomada por forças de segurança.   

Não há nenhum sinal de alarme particular contra a cúpula, mas a Itália, única grande nação da Europa Ocidental a passar incólume pelo terrorismo islâmico até aqui, está em estado de alerta máximo contra possíveis ataques ou atos de violência em manifestações.   

Serão pelo menos 7 mil agentes da Polícia, da Arma dos Carabineiros, da Guarda de Finanças e das Forças Armadas, além de um eventual contingente extra de 2,9 mil militares. Além disso, em 10 de maio, a Itália suspendeu o Acordo de Schengen e retomou o controle de suas fronteiras.   

Também está proibido o desembarque de imigrantes resgatados no Mediterrâneo em portos da Sicília, embora a crise migratória seja um dos principais temas da agenda do G7. Ainda foram instituídas em Taormina uma área de acesso reservado e uma zona de segurança máxima, nas quais só poderão entrar agentes e pessoas autorizadas. A primeira cobre praticamente todo o município, enquanto a segunda isolou o local das reuniões e onde os líderes ficarão hospedados.   

Sede - Com pouco mais de 10 mil habitantes, Taormina, um célebre destino turístico da Sicília, foi escolhida pelo governo italiano para sediar o G7 como uma forma de representar e homenagear os esforços do sul do país no combate à emergência no Mediterrâneo.   

A reunião também pode gerar dividendos financeiros para a Itália Meridional, mais pobre e menos desenvolvida que o norte da península. No papel de anfitrião, Gentiloni tentará levar a crise migratória para o centro das discussões, que terão boa parte de seu foco "roubada" pelo terrorismo, já que o encontro começa apenas quatro dias depois do atentado de Manchester - uma declaração "ad hoc" sobre o assunto está sendo preparada.   

Merkel, envolvida na campanha para as eleições de setembro, pretende reforçar o eixo com a França de Macron em defesa do combate às mudanças climáticas, tema onde devem encontrar a firme oposição de Trump, embora o norte-americano seja imprevisível. Já May, também em busca da reeleição, tentará reiterar o papel de liderança do Reino Unido no mundo, apesar do "Brexit".   

Primeiro a chegar à Sicília, Shinzo Abe chamará atenção para as preocupações regionais, como as ameaças nucleares da Coreia do Norte e as tensões com a China.   

Por fim, o carismático Trudeau, paladino do acolhimento na América do Norte, será o principal aliado da Itália nos debates sobre imigração. Outro tema que não deve passar ao largo das discussões é a relação com a Rússia, expulsa do então G8 em 2014 por conta da anexação da Crimeia.   

Serão três sessões de trabalho entre 26 e 27 de maio, uma delas incluindo países convidados - Etiópia, Níger, Nigéria, Quênia e Tunísia - e organizações internacionais, como União Africana (UA), Nações Unidas (ONU), Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional (FMI). (ANSA)
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