Alexandra,1º gondoleira de Veneza,muda de gênero e vira Alex
VENEZA, 23 JUN (ANSA) - Alexandra Hay, a primeira mulher a trabalhar como gondoleira em Veneza, direito conquistado graças à intervenção da Justiça, adotou uma identidade masculina e se assumiu como transgênero.
Deixando para trás o vestido preto e os cabelos loiros com os quais costumava guiar sua gôndola pelos canais venezianos, Alexandra, 50 anos, agora se chama Alex Hai e usa um terno branco e um chapéu claro, um perfeito contraste com o preto do barco, para transportar turistas em uma das cidades mais belas do mundo.
A mudança de gênero foi anunciada por meio de um post no Facebook, no qual Alex pede para ser tratado apenas no masculino. "É impreciso se referir a mim como 'ela' ou 'Alexandra' por qualquer motivo", diz.
Sua história é um símbolo de pioneirismo em um ambiente marcado pelo machismo. De origem alemã, Alex chegou a Veneza há quase 30 anos e teve de enfrentar uma verdadeira batalha para ganhar o direito de comandar uma gôndola.
Em 1996, ele iniciou os estudos como aprendiz de gondoleiro, mas foi forçado a lidar com recorrentes reprovações nas provas, piadas por parte dos colegas e ceticismo - na melhor das hipóteses - entre membros das associações de remo.
"Após anos de estudo rigoroso, venci em 2007 uma causa que permitiu que eu levasse turistas em minha gôndola", conta Alex.
Na ocasião, ele (então ainda "ela") não era autor da ação, mas sim o réu, já que a Prefeitura de Veneza queria impedi-lo de trabalhar como gondoleiro.
Para entrar nessa carreira, o aspirante precisa fazer cursos de língua estrangeira e história veneziana, passar em um concurso público, "estagiar" com um gondoleiro profissional por até um ano e depois enfrentar uma prova prática na presença de cinco juízes. Só quem conquista a licença pode trabalhar nas gôndolas.
O caso de Alex é a exceção. A Prefeitura ainda tentou recorrer ao Conselho de Estado, principal instância da Justiça Administrativa da Itália, mas, em 2015, o tribunal confirmou a sentença dada oito anos antes. Desde então, seu exemplo foi seguido por outras mulheres, como Giorgia Boscolo, a primeira a se "formar" gondoleira, em 2010.
"Sou favorável à igualdade de direitos para as mulheres e provei que sim, uma mulher pode fazer isso. No entanto eu não sou uma mulher, e a luta do feminismo não é minha luta pessoal. Apenas quero fazer o trabalho pelo qual sou apaixonada", afirma o alemão.
Um passeio no "Pegasus", nome da gôndola de Alex, custa de 135 a 250 euros (de R$ 500 a R$ 927, segundo a cotação atual), valor que pode ser dividido por duas, três ou quatro pessoas. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Deixando para trás o vestido preto e os cabelos loiros com os quais costumava guiar sua gôndola pelos canais venezianos, Alexandra, 50 anos, agora se chama Alex Hai e usa um terno branco e um chapéu claro, um perfeito contraste com o preto do barco, para transportar turistas em uma das cidades mais belas do mundo.
A mudança de gênero foi anunciada por meio de um post no Facebook, no qual Alex pede para ser tratado apenas no masculino. "É impreciso se referir a mim como 'ela' ou 'Alexandra' por qualquer motivo", diz.
Sua história é um símbolo de pioneirismo em um ambiente marcado pelo machismo. De origem alemã, Alex chegou a Veneza há quase 30 anos e teve de enfrentar uma verdadeira batalha para ganhar o direito de comandar uma gôndola.
Em 1996, ele iniciou os estudos como aprendiz de gondoleiro, mas foi forçado a lidar com recorrentes reprovações nas provas, piadas por parte dos colegas e ceticismo - na melhor das hipóteses - entre membros das associações de remo.
"Após anos de estudo rigoroso, venci em 2007 uma causa que permitiu que eu levasse turistas em minha gôndola", conta Alex.
Na ocasião, ele (então ainda "ela") não era autor da ação, mas sim o réu, já que a Prefeitura de Veneza queria impedi-lo de trabalhar como gondoleiro.
Para entrar nessa carreira, o aspirante precisa fazer cursos de língua estrangeira e história veneziana, passar em um concurso público, "estagiar" com um gondoleiro profissional por até um ano e depois enfrentar uma prova prática na presença de cinco juízes. Só quem conquista a licença pode trabalhar nas gôndolas.
O caso de Alex é a exceção. A Prefeitura ainda tentou recorrer ao Conselho de Estado, principal instância da Justiça Administrativa da Itália, mas, em 2015, o tribunal confirmou a sentença dada oito anos antes. Desde então, seu exemplo foi seguido por outras mulheres, como Giorgia Boscolo, a primeira a se "formar" gondoleira, em 2010.
"Sou favorável à igualdade de direitos para as mulheres e provei que sim, uma mulher pode fazer isso. No entanto eu não sou uma mulher, e a luta do feminismo não é minha luta pessoal. Apenas quero fazer o trabalho pelo qual sou apaixonada", afirma o alemão.
Um passeio no "Pegasus", nome da gôndola de Alex, custa de 135 a 250 euros (de R$ 500 a R$ 927, segundo a cotação atual), valor que pode ser dividido por duas, três ou quatro pessoas. (ANSA)
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