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Merkel confirma 'isolamento' dos EUA sobre clima no G20

08/07/2017 11h18

HAMBURGO, 8 JUL (ANSA) - Em um longo discurso neste sábado (8) sobre a reunião entre as 20 maiores economias do mundo (G20), a chanceler alemã Angela Merkel confirmou os rumores que os Estados Unidos ficaram "isolados" na questão sobre as mudanças climáticas dentro do grupo.   

"Sobre o clima, nós sabemos que quando não há o consenso, precisamos fazer o dissenso no comunicado. Infelizmente, os Estados Unidos disseram que pretendem deixar o Acordo de Paris, mas fiquei feliz que todos os outros membros concordam que não se pode dar um passo para trás sobre o tema", disse a chanceler.   

Ao ser questionada por jornalistas se acredita que Washington pode rever sua posição e voltar ao acordo que tem 194 países, ela respondeu que "não estou otimista".   

De acordo com fontes europeias, o documento final mostrará esse isolamento norte-americano na questão, com todos os outros 19 membros classificando o Acordo de Paris como "irreversível e inegociável".   

Na parte relacionada aos EUA, foi escrito que o país "se empenhará a trabalhar em contato próximo com outros países para ajudá-los a diminuir o uso de combustíveis fósseis de maneira mais limpa e eficiente".   

Em outro momento de forte oposição ao presidente norte-americano, Donald Trump, Merkel afirmou que os líderes concordaram em lutar contra todas as formas de protecionismo e ressaltou que estava "satisfeita" por "nós termos sido hábeis em dizer que os mercados precisam permanecer abertos" para lutar contra a prática.   

Desde que assumiu o poder, Trump tem saído e/ou revisto acordos internacionais e globais, usando um discurso de fortalecer apenas o mercado interno.   

Merkel ainda condenou a violência dos protestos dos últimos dois dias e disse que esses atos são feitos "por pessoas fora da democracia". Mais de 100 pessoas foram detidas durante as manifestações e o número de feridos chega a 300.   

Hoje é o último dia de reuniões do G20 em Hamburgo, em encontro que inclui as maiores economias do mundo e a União Europeia.   

(ANSA)
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