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Renzi diz que 'fake news' podem contaminar eleições na Itália

27/11/2017 14h43

ROMA, 27 NOV (ANSA) - O ex-primeiro-ministro da Itália Matteo Renzi, candidato a voltar ao cargo nas eleições de 2018, disse que a votação no país pode ser "contaminada" pelas "fake news" ("notícias falsas", em tradução livre).   

Em uma mensagem no Facebook postada na última sexta-feira (24), o ex-premier citou uma investigação do jornal "The New York Times" sobre o risco de que notícias falsas influenciem o processo eleitoral italiano.   

"Aquilo que está ocorrendo é impressionante. Algumas investigações jornalísticas mostram que, na Itália, existe uma verdadeira indústria da falsificação, com perfis sociais altamente especializados na difusão de mentiras, fake news, propaganda", escreveu Renzi, também secretário do Partido Democrático (PD).   

Segundo o ex-primeiro-ministro, há quem "contamine de modo científico o debate político na web, disseminando notícias falsas apenas para desacreditar os adversários". "Nós sabemos bem, porque somos vítimas disso todos os dias", acrescentou.   

Recentemente, um perfil simpatizante do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) publicou uma imagem falsa que mostrava a presidente da Câmara dos Deputados, Laura Boldrini, e a subsecretária do Conselho dos Ministros, Maria Elena Boschi, "braço direito" de Renzi, no funeral do mafioso Salvatore "Totò" Riina.   

A investigação do "New York Times" revelou as ligações de diversas plataformas online que difundem notícias falsas com ativistas do M5S e do partido de extrema direita Liga Norte. No entanto, a reportagem se baseia em um relatório do especialista em cibersegurança Andrea Stroppa, consultor de Renzi.   

"Digamos claramente: parece um joguinho feito sob medida para o secretário do PD, agora em queda livre", diz um texto postado no blog de Beppe Grillo, fundador do Movimento 5 Estrelas. Já o candidato da legenda a primeiro-ministro, Luigi Di Maio, afirmou estar mais preocupado com a "compra de votos" do que com as "fake news". Ele chegou até a pedir que a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce) monitore as eleições na Itália.   

Nos próximos dias, o PD deve apresentar um projeto de lei para combater a divulgação de notícias falsas na internet, ainda que a medida tenha poucas chances de ser aprovada até o fim da atual legislatura, em março de 2018. O texto prevê multas de até 1 milhão de euros para redes sociais que demorarem ou se recusarem a remover "conteúdos ilícitos". (ANSA)
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