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Acusado de tiroteio na Flórida teria comprado 10 armas em 2017

20/02/2018 16h42

NOVA YORK E WASHINGTON, 20 FEV (ANSA) - O jovem Nikolas Cruz, autor do tiroteio em uma escola na Flórida, nos Estados Unidos, que deixou 17 mortos, teria comprado legalmente cerca de 10 armas de fogo durante o ano passado, informou a imprensa local nesta segunda-feira (19).   

A informação foi divulgada pela "CNN" no dia em que o acusado participou de uma audiência no tribunal de Fort Lauderdale, em sua primeira aparição pública desde que foi detido. Vestindo o uniforme laranja da prisão, Cruz, de 19 anos, sentou-se com a cabeça baixa durante todo o julgamento perante a juíza Elizabeth Scherer. Ele é indiciado por 17 acusações de assassinato premeditado.   

De acordo com os advogados de defesa do jovem, ele se declarará culpado de seus crimes caso os promotores prometam não pedir pena de morte para ele. No entanto, a acusação não exclui pedir a pena de morte para Cruz. "Este é certamente o tipo de causa para a qual a pena de morte foi projetada", afirmou o promotor estadual Michael Satz.   

O casal que há cerca de três meses abrigava em sua casa o autor do massacre na escola Marjory Stoneman Douglas, na Flórida, disse em entrevista que não tinha ideia das tendências violentas do jovem. Eles chegaram a descrever Cruz como uma pessoa ingênua.   

A mãe de Nikolas Cruz morreu em novembro, em decorrência de uma pneumonia. Na ocasião, o jovem se mudou para Parkland, onde foi morar com James e Kimberly Snead. De acordo com o jornal "Sun Sentinel", o jovem era amigo do filho do casal.   

Segundo um documento divulgado pelo Departamento de Crianças e Famílias (DCF) da Flórida, Cruz recebia tratamento psiquiátrico e tomava medicamentos controlados em 2016 e sofria de depressão, déficit de atenção e autismo.   

De acordo com as emissoras de TV NBC e CBS, o Departamento disse que o Serviço de Proteção a Adultos foi acionado em 28 de setembro de 2016 para investigar uma denúncia de que o jovem seria "vítima" de sua mãe, Lynda. No entanto, uma investigação determinou que ele não sofria maus-tratos, frequentava a escola normalmente e recebia acompanhamento psiquiátrico, inclusive com medicamentos.   

Este relatório pode fundamentar a postura da defesa de que as autoridades não deram atenção aos sistemáticos "pedidos de ajuda" de Cruz, de acordo com o advogado defensor Gordon Weeks.   

A emissora ABC News informou que durante os interrogatórios após o massacre, Cruz disse à polícia que escutou vozes na sua cabeça que lhe indicaram como cometer o ataque, vozes que foram descritas como "demônios".   

Na última quarta-feira (14), Cruz invadiu uma escola da qual foi expulso em 2017, em Parkland, armado com um rifle AR-15 e matou 17 pessoas, entre alunos e professores, além de deixar outras 14 feridas. (ANSA)
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