Especial/'Italian Design Day' pode alavancar setor no Brasil
SAO PAULO, 28 FEV (ANSA) - Por Beatriz Lia - Trazendo a excelência do "Made in Italy", o "Italian Design Day" ("Dia do Design Italiano") acontece nesta quinta-feira (1º) em mais de 100 cidades do mundo. O Brasil é um dos países que receberão o evento, com programação em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outras cidades.
Neste ano, dentre os eventos agendados, está a palestra "O design: a origem da cultura do projeto", com o ex-diretor do Carnaval de Veneza Davide Rampello, no Instituto Europeu de Design do Rio de Janeiro (IED-RJ), às 19h desta quinta.
Já o Instituto Italiano de Cultura da capital fluminense, por sua vez, exibe o filme "Il treno di Sottsass", sobre o arquiteto italiano Ettore Sottsass, em 5 de março, às 19h - apesar de ocorrer no dia 1º, o "Italian Design Day" terá eventos durante todo o mês.
O IIC também promove uma aula aberta - "Il disegno di Monna Lisa" - em 6 de março, às 19h. Em São Paulo, o Museu da Casa Brasileira, em parceria com o Istituto Italiano de Cultura, recebe, a partir do dia 1º, uma mostra do arquiteto Gio Ponti, intitulada "Vivere Alla Ponti - Maneiras de morar e trabalhar Gio Ponti". Ainda dentro da programação, haverá uma visita à exposição guiada por Peter Hefti, em 2 de março, às 15h. Todos os eventos são gratuitos. A visita guiada com Hefti possui limite de vagas, e as inscrições devem ser feitas pelo site.
Setor em crescimento - Para os brasileiros, o evento é particularmente interessante já que, no país, o setor de design é relativamente novo quando comparado a outras nações. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foi somente nas décadas de 1970 e 1980 que o segmento começou a ter seus tempos áureos, com o início da projeção internacional. Há, inclusive, desde 1995, o "Programa de Design Brasileiro", cujo objetivo é promover o desenvolvimento do setor, aproveitando a "forte identidade criativa" do Brasil.
Para o diretor do IED-RJ, Fábio Palma, assim como a Itália, "o Brasil também é um grande país criativo", e "São Paulo e Rio de Janeiro são grandes capitais da criatividade". "Nós [do IED] sabemos do potencial, ainda inexplorado, do design, assim como o da criatividade", disse Palma, em entrevista à ANSA, ao explicar o motivo para trazer o "Italian Design Day" ao Brasil.
O setor faz parte da "indústria criativa", que baseia-se na geração de emprego e renda através da criação, produção e distribuição de bens culturais. Ela se divide em quatro grandes segmentos: consumo (design, arquitetura, moda e publicidade), mídias (editorial e audiovisual), cultura (patrimônio das artes, música, artes cênicas e expressões corporais) e tecnologia. O diretor do IED de São Paulo, Victor Megido, apontou que o design é um dos pilares mais importantes para a sociedade, principalmente quando esta passa por uma crise, pois está relacionado a "planejamento, empreendedorismo, novas ideias e novos projetos". De acordo com o Mapeamento da Indústria Criativa, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a indústria criativa gerou uma renda total de R$ 155,6 bilhões de 2013 a 2015 (o que equivale a 2,64% do PIB nacional no triênio) - período em que o Brasil passou por uma crise econômica. Ainda assim, a área criativa foi uma das menos afetadas pelas turbulências no mercado, já que sua participação no PIB durante o período estudado cresceu de 2,56% para 2,64%. Além disso, profissionais do setor apresentaram salários maiores do que a media brasileirA: R$ 6.270 contra R$ 2.451. Entretanto, o setor pode ir além, segundo Palma. "A economia criativa no Brasil pode gerar muito mais PIB que agora", disse, "pois é uma grande geradora de renda e emprego, mas sobretudo de desenvolvimento cultural." Modelo italiano - De acordo com ele, para que isso aconteça, os brasileiros podem seguir o "modelo" europeu. "A Itália cresceu e se formou como país culturalmente evoluído transportado pelo design, pela cultura e pela criatividade. O Brasil pode seguir o mesmo caminho", afirmou.
Dados do Ministério de Relações Exteriores da Itália mostram que o setor de design produziu 21,4 bilhões de euros de valor agregado (o que corresponde a 1,4% do PIB do país) em 2016, além de gerar cerca de 307 mil postos de trabalho. Esses números, segundo Palma, explicam a importância do "Italian Design Day".
"Eu acho que essa ponte entre Brasil e Itália pode ser um catalisador e jogar isso no centro do debate: o design como uma fonte de desenvolvimento", declarou.
Megido, por sua vez, acredita que o evento será motivador. "O engajamento das pessoas levará à transformação, quando cada um acreditar e passar isso para outros círculos sociais." Em 2017, o "Italian Design Day" reuniu 20 mil profissionais.
O "Made In Italy" corresponde à terceira marca mais conhecida no mundo, atrás somente de Coca-Cola e Visa, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Neste ano, dentre os eventos agendados, está a palestra "O design: a origem da cultura do projeto", com o ex-diretor do Carnaval de Veneza Davide Rampello, no Instituto Europeu de Design do Rio de Janeiro (IED-RJ), às 19h desta quinta.
Já o Instituto Italiano de Cultura da capital fluminense, por sua vez, exibe o filme "Il treno di Sottsass", sobre o arquiteto italiano Ettore Sottsass, em 5 de março, às 19h - apesar de ocorrer no dia 1º, o "Italian Design Day" terá eventos durante todo o mês.
O IIC também promove uma aula aberta - "Il disegno di Monna Lisa" - em 6 de março, às 19h. Em São Paulo, o Museu da Casa Brasileira, em parceria com o Istituto Italiano de Cultura, recebe, a partir do dia 1º, uma mostra do arquiteto Gio Ponti, intitulada "Vivere Alla Ponti - Maneiras de morar e trabalhar Gio Ponti". Ainda dentro da programação, haverá uma visita à exposição guiada por Peter Hefti, em 2 de março, às 15h. Todos os eventos são gratuitos. A visita guiada com Hefti possui limite de vagas, e as inscrições devem ser feitas pelo site.
Setor em crescimento - Para os brasileiros, o evento é particularmente interessante já que, no país, o setor de design é relativamente novo quando comparado a outras nações. Segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foi somente nas décadas de 1970 e 1980 que o segmento começou a ter seus tempos áureos, com o início da projeção internacional. Há, inclusive, desde 1995, o "Programa de Design Brasileiro", cujo objetivo é promover o desenvolvimento do setor, aproveitando a "forte identidade criativa" do Brasil.
Para o diretor do IED-RJ, Fábio Palma, assim como a Itália, "o Brasil também é um grande país criativo", e "São Paulo e Rio de Janeiro são grandes capitais da criatividade". "Nós [do IED] sabemos do potencial, ainda inexplorado, do design, assim como o da criatividade", disse Palma, em entrevista à ANSA, ao explicar o motivo para trazer o "Italian Design Day" ao Brasil.
O setor faz parte da "indústria criativa", que baseia-se na geração de emprego e renda através da criação, produção e distribuição de bens culturais. Ela se divide em quatro grandes segmentos: consumo (design, arquitetura, moda e publicidade), mídias (editorial e audiovisual), cultura (patrimônio das artes, música, artes cênicas e expressões corporais) e tecnologia. O diretor do IED de São Paulo, Victor Megido, apontou que o design é um dos pilares mais importantes para a sociedade, principalmente quando esta passa por uma crise, pois está relacionado a "planejamento, empreendedorismo, novas ideias e novos projetos". De acordo com o Mapeamento da Indústria Criativa, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a indústria criativa gerou uma renda total de R$ 155,6 bilhões de 2013 a 2015 (o que equivale a 2,64% do PIB nacional no triênio) - período em que o Brasil passou por uma crise econômica. Ainda assim, a área criativa foi uma das menos afetadas pelas turbulências no mercado, já que sua participação no PIB durante o período estudado cresceu de 2,56% para 2,64%. Além disso, profissionais do setor apresentaram salários maiores do que a media brasileirA: R$ 6.270 contra R$ 2.451. Entretanto, o setor pode ir além, segundo Palma. "A economia criativa no Brasil pode gerar muito mais PIB que agora", disse, "pois é uma grande geradora de renda e emprego, mas sobretudo de desenvolvimento cultural." Modelo italiano - De acordo com ele, para que isso aconteça, os brasileiros podem seguir o "modelo" europeu. "A Itália cresceu e se formou como país culturalmente evoluído transportado pelo design, pela cultura e pela criatividade. O Brasil pode seguir o mesmo caminho", afirmou.
Dados do Ministério de Relações Exteriores da Itália mostram que o setor de design produziu 21,4 bilhões de euros de valor agregado (o que corresponde a 1,4% do PIB do país) em 2016, além de gerar cerca de 307 mil postos de trabalho. Esses números, segundo Palma, explicam a importância do "Italian Design Day".
"Eu acho que essa ponte entre Brasil e Itália pode ser um catalisador e jogar isso no centro do debate: o design como uma fonte de desenvolvimento", declarou.
Megido, por sua vez, acredita que o evento será motivador. "O engajamento das pessoas levará à transformação, quando cada um acreditar e passar isso para outros círculos sociais." Em 2017, o "Italian Design Day" reuniu 20 mil profissionais.
O "Made In Italy" corresponde à terceira marca mais conhecida no mundo, atrás somente de Coca-Cola e Visa, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores. (ANSA)
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