Hipótese de governo M5S-PD ganha força na Itália
ROMA, 24 ABR (ANSA) - Ganhou força nas últimas horas a hipótese de um governo na Itália entre o Movimento 5 Estrelas (M5S) e o Partido Democrático (PD), apesar de haver ainda resistência nas alas ligadas ao ex-primeiro-ministro Matteo Renzi.
A possibilidade de um acordo entre as duas forças rivais ficou evidente nas declarações de seus líderes, que evitaram fechar portas e colocar vetos, ao contrário do que acontecera nas fracassadas tratativas entre o M5S, a coalizão de direita e, mais especificamente, o partido ultranacionalista Liga.
"Estamos disponíveis a discutir temas com o PD, apesar das profundas diferenças", afirmou o líder do movimento antissistema, Luigi Di Maio, após uma reunião nesta terça-feira (24) com o presidente da Câmara, Roberto Fico, que pertence ao M5S e recebeu um mandato "exploratório" do chefe de Estado Sergio Mattarella.
Além disso, Di Maio atendeu ao pedido do PD e deu publicamente por encerradas as negociações com a Liga. "Quero dizer oficialmente que qualquer conversa com a Liga se encerra aqui", declarou, acrescentando que o secretário da legenda ultranacionalista, Matteo Salvini, está "condenado à irrelevância".
O acordo M5S-Liga fracassou porque Salvini se recusou a abandonar o aliado Silvio Berlusconi, que integra a coalizão de direita e apoia governos ultranacionalistas na Lombardia e no Vêneto. Por conta disso, Mattarella solicitou a Fico que tentasse costurar uma maioria entre o movimento antissistema e o PD, de centro-esquerda.
Por sua vez, o secretário interino do Partido Democrático, Maurizio Martina, afirmou que está disponível a "dialogar" com Di Maio em torno de uma "agenda europeísta", da "renovação da democracia" e de políticas trabalhistas que "respeitem o equilíbrio das contas públicas".
Este último ponto é uma menção clara ao programa "renda de cidadania", principal bandeira do M5S e que prevê uma bolsa para todos os italianos situados na linha da pobreza. Martina também prometeu levar a questão para análise da direção do PD, onde há resistência a um eventual acordo.
"Por clareza, sobre a proposta de um acordo de governo PD-M5S, a minha opinião pessoal é a mesma de sempre: sou contra", escreveu no Facebook o presidente da sigla de centro-esquerda, Matteo Orfini, considerado próximo a Renzi. No Twitter, apoiadores do ex-primeiro-ministro lançaram a hashtag #senzadime ("não contem comigo", em tradução livre).
Se as negociações fracassarem, a Itália pode se ver às voltas com uma eleição antecipada, possibilidade rechaçada por Mattarella, que decidiu dar mais tempo para PD e M5S entrarem em acordo. O mandato exploratório de Fico termina na próxima quinta-feira (26), quando espera-se haver novos sinais positivos nas tratativas.
O PD foi o maior derrotado nas eleições de 4 de março e, após ter governado o país nos últimos cinco anos, obteve apenas 17% dos assentos da Câmara e 16% do Senado - o M5S tem 35% e 34%, respectivamente. A união das duas forças garantiria uma maioria estreita a Di Maio no Parlamento, e bastaria apenas um "não" do agora senador Renzi, por exemplo, e de um ou outro aliado para derrubar o governo. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A possibilidade de um acordo entre as duas forças rivais ficou evidente nas declarações de seus líderes, que evitaram fechar portas e colocar vetos, ao contrário do que acontecera nas fracassadas tratativas entre o M5S, a coalizão de direita e, mais especificamente, o partido ultranacionalista Liga.
"Estamos disponíveis a discutir temas com o PD, apesar das profundas diferenças", afirmou o líder do movimento antissistema, Luigi Di Maio, após uma reunião nesta terça-feira (24) com o presidente da Câmara, Roberto Fico, que pertence ao M5S e recebeu um mandato "exploratório" do chefe de Estado Sergio Mattarella.
Além disso, Di Maio atendeu ao pedido do PD e deu publicamente por encerradas as negociações com a Liga. "Quero dizer oficialmente que qualquer conversa com a Liga se encerra aqui", declarou, acrescentando que o secretário da legenda ultranacionalista, Matteo Salvini, está "condenado à irrelevância".
O acordo M5S-Liga fracassou porque Salvini se recusou a abandonar o aliado Silvio Berlusconi, que integra a coalizão de direita e apoia governos ultranacionalistas na Lombardia e no Vêneto. Por conta disso, Mattarella solicitou a Fico que tentasse costurar uma maioria entre o movimento antissistema e o PD, de centro-esquerda.
Por sua vez, o secretário interino do Partido Democrático, Maurizio Martina, afirmou que está disponível a "dialogar" com Di Maio em torno de uma "agenda europeísta", da "renovação da democracia" e de políticas trabalhistas que "respeitem o equilíbrio das contas públicas".
Este último ponto é uma menção clara ao programa "renda de cidadania", principal bandeira do M5S e que prevê uma bolsa para todos os italianos situados na linha da pobreza. Martina também prometeu levar a questão para análise da direção do PD, onde há resistência a um eventual acordo.
"Por clareza, sobre a proposta de um acordo de governo PD-M5S, a minha opinião pessoal é a mesma de sempre: sou contra", escreveu no Facebook o presidente da sigla de centro-esquerda, Matteo Orfini, considerado próximo a Renzi. No Twitter, apoiadores do ex-primeiro-ministro lançaram a hashtag #senzadime ("não contem comigo", em tradução livre).
Se as negociações fracassarem, a Itália pode se ver às voltas com uma eleição antecipada, possibilidade rechaçada por Mattarella, que decidiu dar mais tempo para PD e M5S entrarem em acordo. O mandato exploratório de Fico termina na próxima quinta-feira (26), quando espera-se haver novos sinais positivos nas tratativas.
O PD foi o maior derrotado nas eleições de 4 de março e, após ter governado o país nos últimos cinco anos, obteve apenas 17% dos assentos da Câmara e 16% do Senado - o M5S tem 35% e 34%, respectivamente. A união das duas forças garantiria uma maioria estreita a Di Maio no Parlamento, e bastaria apenas um "não" do agora senador Renzi, por exemplo, e de um ou outro aliado para derrubar o governo. (ANSA)
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