Depoimento de embaixador complica Trump em 'caso Ucrânia'
WASHINGTON, 23 OUT (ANSA) - Um depoimento dado à Câmara dos Representantes dos Estados Unidos pode complicar a situação do presidente Donald Trump no inquérito de impeachment movido pela oposição democrata.
Em uma audiência a portas fechadas nesta terça-feira (22), o embaixador dos EUA na Ucrânia, Bill Taylor, disse que a liberação de uma ajuda militar de US$ 391 milhões ao país europeu estava condicionada à abertura de um inquérito contra o ex-vice-presidente Joe Biden, um dos favoritos a desafiar Trump nas eleições de 2020.
A declaração foi dada perante três comitês da Câmara que conduzem a investigação de impeachment contra o presidente.
Segundo Taylor, Trump queria que o mandatário da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciasse publicamente um inquérito sobre o envolvimento da família Biden com a empresa de energia Burisma.
O filho de Biden, Hunter foi conselheiro dessa companhia ucraniana até o início de 2019. Em 2016, no entanto, o governo dos EUA fez pressão para Kiev demitir um procurador acusado de corrupção, Viktor Shokin, mas que na época investigava a Burisma. O próprio pré-candidato democrata admitiu ter exigido a exoneração de Shokin quando era vice-presidente.
Para Trump, esse caso constitui uma interferência externa na eleição presidencial de 2016, embora não haja nenhum indício de que Hunter Biden estivesse envolvido em irregularidades, a não ser um potencial conflito de interesses por causa do cargo exercido na época por seu pai.
O caso foi o estopim para a abertura de um inquérito de impeachment contra Trump, a quem a oposição acusa de abusar do poder do cargo para fazer um país estrangeiro prejudicar um adversário interno. Biden lidera as pesquisas das primárias democratas, e uma eventual investigação na Ucrânia poderia afetar sua vantagem.
Depoimento - Em sua audiência na Câmara, Taylor disse ter ouvido do embaixador dos EUA na União Europeia, Gordon Sondland, que ele havia recomendado a Zelensky que dissesse que não deixaria "pedra sobre pedra" na investigação contra os Biden.
A conversa entre Taylor e Sondland teria ocorrido em 20 de julho, cinco dias antes do telefonema no qual Trump pediu explicitamente para o presidente da Ucrânia investigar Biden.
"Sondland me contou que Trump havia dito a ele que queria que Zelensky declarasse publicamente que investigaria a Burisma e a suposta interferência ucraniana na eleição de 2016", acrescentou o embaixador em Kiev.
Em uma troca de mensagens no fim de agosto, Taylor havia dito a Sondland e ao enviado especial dos EUA à Ucrânia, Kurt Volker, que ele achava "maluco" reter uma "assistência de segurança em troca de ajuda a uma campanha política".
Em seu depoimento à Câmara, Taylor revelou que Sondland havia informado um assessor de Zelensky que a ajuda militar só seria liberada quando o presidente se comprometesse a investigar a Burisma. "Trump insistiu para que Zelensky pegasse um microfone e dissesse que estava abrindo investigações contra Biden", acrescentou.
Além disso, Taylor afirmou que o próprio Sondland reconhecera que havia sido um "erro" condicionar uma visita de Zelensky à Casa Branca ao inquérito contra Biden.
O depoimento do embaixador é, até o momento, o indício mais forte no inquérito de impeachment contra Trump. A investigação é conduzida pela Câmara, de maioria democrata, e deve ser concluída até dezembro, mas o julgamento é feito no Senado, controlado pelo Partido Republicano. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Em uma audiência a portas fechadas nesta terça-feira (22), o embaixador dos EUA na Ucrânia, Bill Taylor, disse que a liberação de uma ajuda militar de US$ 391 milhões ao país europeu estava condicionada à abertura de um inquérito contra o ex-vice-presidente Joe Biden, um dos favoritos a desafiar Trump nas eleições de 2020.
A declaração foi dada perante três comitês da Câmara que conduzem a investigação de impeachment contra o presidente.
Segundo Taylor, Trump queria que o mandatário da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciasse publicamente um inquérito sobre o envolvimento da família Biden com a empresa de energia Burisma.
O filho de Biden, Hunter foi conselheiro dessa companhia ucraniana até o início de 2019. Em 2016, no entanto, o governo dos EUA fez pressão para Kiev demitir um procurador acusado de corrupção, Viktor Shokin, mas que na época investigava a Burisma. O próprio pré-candidato democrata admitiu ter exigido a exoneração de Shokin quando era vice-presidente.
Para Trump, esse caso constitui uma interferência externa na eleição presidencial de 2016, embora não haja nenhum indício de que Hunter Biden estivesse envolvido em irregularidades, a não ser um potencial conflito de interesses por causa do cargo exercido na época por seu pai.
O caso foi o estopim para a abertura de um inquérito de impeachment contra Trump, a quem a oposição acusa de abusar do poder do cargo para fazer um país estrangeiro prejudicar um adversário interno. Biden lidera as pesquisas das primárias democratas, e uma eventual investigação na Ucrânia poderia afetar sua vantagem.
Depoimento - Em sua audiência na Câmara, Taylor disse ter ouvido do embaixador dos EUA na União Europeia, Gordon Sondland, que ele havia recomendado a Zelensky que dissesse que não deixaria "pedra sobre pedra" na investigação contra os Biden.
A conversa entre Taylor e Sondland teria ocorrido em 20 de julho, cinco dias antes do telefonema no qual Trump pediu explicitamente para o presidente da Ucrânia investigar Biden.
"Sondland me contou que Trump havia dito a ele que queria que Zelensky declarasse publicamente que investigaria a Burisma e a suposta interferência ucraniana na eleição de 2016", acrescentou o embaixador em Kiev.
Em uma troca de mensagens no fim de agosto, Taylor havia dito a Sondland e ao enviado especial dos EUA à Ucrânia, Kurt Volker, que ele achava "maluco" reter uma "assistência de segurança em troca de ajuda a uma campanha política".
Em seu depoimento à Câmara, Taylor revelou que Sondland havia informado um assessor de Zelensky que a ajuda militar só seria liberada quando o presidente se comprometesse a investigar a Burisma. "Trump insistiu para que Zelensky pegasse um microfone e dissesse que estava abrindo investigações contra Biden", acrescentou.
Além disso, Taylor afirmou que o próprio Sondland reconhecera que havia sido um "erro" condicionar uma visita de Zelensky à Casa Branca ao inquérito contra Biden.
O depoimento do embaixador é, até o momento, o indício mais forte no inquérito de impeachment contra Trump. A investigação é conduzida pela Câmara, de maioria democrata, e deve ser concluída até dezembro, mas o julgamento é feito no Senado, controlado pelo Partido Republicano. (ANSA)
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