Itália relaxa quarentena e tenta construir nova normalidade
Com o arrefecimento da pandemia do novo coronavírus, a Itália iniciou hoje a maior retomada das atividades sociais e econômicas desde o começo da quarentena no país, em 10 de março.
A contínua redução no número de novos casos, mesmo com a reabertura de livrarias e lojas de produtos para crianças, em abril, e das indústrias de manufatura e construção civil, em 4 de maio, estimulou o governo a acelerar o cronograma.
A partir de agora, podem voltar ao trabalho restaurantes, bares, lanchonetes e confeitarias - que até então só podiam funcionar por delivery ou para viagem -, salões de beleza (somente com reserva), comércio e igrejas. Além disso, as pessoas já podem sair de casa livremente, desde que o deslocamento aconteça dentro da mesma região.
Para todos esses serviços, é preciso usar máscaras de proteção e respeitar o distanciamento físico. Em Milão, um dos principais focos de contágio na Itália, os moradores redescobriram o prazer de um café expresso antes do trabalho, mesmo com os novos protocolos sanitários para a reabertura.
"Temos de nos habituar a essas novas regras. Cedo ou tarde, teríamos de reabrir, não dava para continuar assim. Com o distanciamento das mesas, perdemos 12 lugares dentro e 10 do lado de fora, mas seguimos em frente", disse Daniele Sartori, proprietário de um bar na capital da Lombardia.
Entre outras normas, a região exige portas separadas para entrada e saída, álcool gel para os clientes e medição da temperatura corporal dos funcionários. "É um ritual que me fazia falta, mais uma marca de retorno à normalidade", acrescenta uma milanesa.
A Catedral de Milão também reabriu as portas aos fiéis para a primeira missa pós-quarentena, com limite de 60 pessoas. "Caros fiéis, esperamos muito por vocês. É muito belo nos encontrarmos aqui de novo no dia que recorda o centenário do nascimento de São João Paulo II", disse o padre Gianantonio Borgonovo.
Em Florença, a reabertura do comércio repovoou o centro histórico da cidade, ainda órfão dos turistas. Os mercados de rua contam com mais bancas do que nas últimas semanas, mas muitos restaurantes continuam fechados para se adequar às novas regras sanitárias.
Já Veneza, ainda vazia pela ausência de turistas, retomou o serviço de travessias em gôndolas em dois pontos do Canal Grande. Os chamados "traghetti" podem ser acessados apenas por pessoas com luvas e máscaras, e foram colocadas marcações no chão para estabelecer distâncias de segurança nas filas.
Em Bergamo, onde caminhões militares chegaram a fazer fila para retirar corpos de vítimas da Covid-19 que aguardavam sepultamento ou cremação, o cemitério monumental voltou a permitir a presença de público.
A Itália é um dos países mais atingidos pela pandemia do novo coronavírus, com 225,4 mil casos e 31,9 mil mortes, mas os números apresentam tendência de queda há mais de um mês. No último domingo (17), a Defesa Civil registrou o menor número de novos casos desde 4 de março, com 675, e a menor quantidade de novas mortes desde 9 de março, com 145.
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