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Cerca de 30% dos curados da Covid terão problema respiratório

26/05/2020 16h51

ROMA, 26 MAI (ANSA) - Um estudo divulgado na Itália mostrou que cerca de 30% das pessoas que se curaram do novo coronavírus (Sars-CoV-2) terão problemas respiratórios crônicos como um dos efeitos prolongados da doença.   

Segundo o pneumologista do Comitê Técnico-Científico (CTS) do país, Luca Richeldi, os pulmões podem ter suas funções comprometidas entre seis meses e 12 meses , causando uma "nova emergência sanitária" no país. Os dados foram apresentados nesta terça-feira (26) durante um encontro virtual organizado pela Sociedade Italiana de Pneumologia (SIP) e pela StemNet. O alerta dos especialistas emerge da comparação dos dados observados depois da epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), ocorrida em 2002, e das primeiras informações médicas dos sobreviventes do novo coronavírus. Há uma convicção entre os pneumologistas que, nos pacientes que ficaram por muito tempo internados nos hospitais e em unidades de terapia intensiva, a recuperação da capacidade respiratória seja de longo prazo e, nos casos mais graves, nunca mais será completo. No entanto, os estudiosos afirmam que ainda é preciso "prever percursos de reabilitação" e entender quais serão os pacientes que correm riscos de danos permanentes.   

As lesões no tecido respiratório atingido pela infecção faz com que ele perca suas próprias características e sua estrutura normal, tornando-se rígido e pouco funcional, carregando sintomas crônicos e a necessidade, em alguns pacientes, de oxigenação externa domiciliar. As fibroses pulmonares podem tornar-se comum entre os sobreviventes e torna necessário o acompanhamento daqueles que contraíram a Covid-19. Para detectar esse efeito colateral da doença, a SIP informou que já está em funcionamento, desde abril deste ano, o primeiro ambulatório pós-Covid em Pavia para traçar qual o melhor caminho para acompanhar os recuperados. (ANSA)
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