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Morre médico russo que atendeu Navalny após envenenamento

O opositor russo Alexei Navalny numa cela de vidro reservada durante julgamento em Moscou - AFP/ Moscow"s Babushkinsky district court press service / handout
O opositor russo Alexei Navalny numa cela de vidro reservada durante julgamento em Moscou Imagem: AFP/ Moscow's Babushkinsky district court press service / handout

05/02/2021 10h40

ROMA, 5 FEV (ANSA) - O médico russo Sergey Maximishin, que atendeu o opositor russo Alexei Navalny quando ele foi internado por envenenamento no Hospital de Emergências de Omsk, faleceu nesta quinta-feira (4) aos 55 anos.

"Com pesar, informamos que o médico-chefe adjunto de anestesiologia e ressuscitação do Hospital de Emergências, assistente no departamento da Universidade Médica Estadual de Omsk, PhD de ciências médicas, Sergey Maximishin, faleceu subitamente", informou em nota a entidade sem especificar a causa do óbito.

O profissional foi o responsável pelo primeiro atendimento ao advogado e acompanhou as pouco mais de 48 horas de internação na unidade de terapia intensiva no local antes da transferência de Navalny para o hospital Charitè, de Berlim, na Alemanha.

O advogado passou mal durante um voo entre as cidades de Tomsk, também na Sibéria, e Moscou no dia 20 de agosto do ano passado.

Por conta da gravidade da situação, os pilotos fizeram um pouso de emergência em Omsk, onde uma ambulância esperava Navalny já na pista. De lá, foi para o Hospital de Emergências. Nas primeiras falas à imprensa, os responsáveis pelo hospital chegaram a dizer que o opositor de Vladimir Putin havia sido envenenado, mas depois mudaram a versão, dizendo que a substância química encontrada sob as unhas e nas roupas de Navalny eram comuns e estavam presentes em copos térmicos, como o que o advogado usou para tomar um chá no aeroporto antes do voo.

Porém, já na Alemanha, testes de sangue mostraram que o opositor foi envenenado com uma substância química do grupo novichock, amplamente usado pela União Soviética na época da Guerra Fria.

Os resultados foram confirmados por laboratórios independentes da França e da Suécia e pela Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq).

Navalny ficou na Alemanha até 17 de janeiro e, ao chegar em território russo, foi preso e condenado por uma suposta violação de pena - ele não se apresentou ao juiz de vigilância em dezembro, enquanto ainda estava fazendo tratamento médico.

A "crise" envolvendo Navalny provoca inúmeras críticas da União Europeia, Reino Unido e Estados Unidos contra o governo Putin por considerarem que o advogado é alvo de perseguição política.

- Novo julgamento: Nesta sexta-feira (5), também começou um novo julgamento contra o opositor por difamação de veteranos da Segunda Guerra Mundial. A ação tramita na Corte de Babushkinsky e o clima no local é calmo - sem os protestos vistos nas últimas semanas.

Navalny teria chamado o ex-combatentes de "vergonha do país" e de "traidores" por aparecerem, em junho do ano passado, em um vídeo para promover a reforma constitucional de Putin que cancelou o limite de dois mandatos presidenciais consecutivos para o atual mandatário.

A defesa diz que esse é mais um caso "fabricado" pelo Kremlin para prejudicá-los (ANSA).

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