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Premiê da Itália diz que ser antivacina é apelar para morrer

Profissionais de saúde preparam doses da vacina Pfizer em centro de inoculação em Nápoles, na Itália - Ciro De Luca/Reuters
Profissionais de saúde preparam doses da vacina Pfizer em centro de inoculação em Nápoles, na Itália Imagem: Ciro De Luca/Reuters

22/07/2021 16h55

O primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, fez um apelo nesta quinta-feira (22) para todos os cidadãos tomarem vacina contra a Covid-19 e afirmou que os movimentos contra a imunização são uma forma de pedir para morrer. Apesar de não citar nomes, a declaração foi uma clara resposta ao ex-ministro do Interior da Itália Matteo Salvini, líder do partido ultranacionalista Liga, que desaconselhou a vacina anti-Covid para menores de 40 anos.

"Os apelos para não se vacinar são convites para morrer, ou para matar. Você não se vacina, fica doente e morre, ou você infecta as pessoas e as deixa morrer", afirmou o premiê durante coletiva de imprensa.

Salvini, por sua vez, respondeu o premiê italiano rapidamente: "O objetivo de todos, meu e de Draghi, é salvar vidas, proteger os italianos, sua saúde, seu trabalho, sua liberdade.

Comunidades científicas e governos, como os da Alemanha e da Grã-Bretanha, que exigem cautela sobre vacinas para menores, convidam, talvez, a morrer? Felizmente, não", rebateu.

Para Draghi, no entanto, todos os italianos devem se vacinar para proteger a si e a própria família, principalmente no momento em que o país tenta controlar a pandemia de Covid-19 e se recuperar economicamente da crise provocada pela emergência sanitária.

"O verão já é pacífico e queremos que continue assim", explicou o premiê italiano. "A economia está indo bem, está se recuperando e a Itália está crescendo a um ritmo ainda mais rápido do que outros países europeus".

Draghi lembrou que, apesar do novo aumento no número de casos, a situação da Covid-19 no país "está melhorando significativamente", graças à campanha de vacinação. Mas ainda assim é preciso ter cautela porque "a variante Delta é ainda mais ameaçadora do que outras variantes".

"Cerca de dois terços dos italianos com mais de 12 anos receberam uma dose, mais da metade dos italianos completaram o ciclo de vacinação", explicou Draghi, acrescentando que a meta do comissário para a emergência da Covid-19, general Francesco Figliuolo, para meados de julho foi superada.

O premiê esclareceu ainda que a decisão de introduzir o uso do passaporte sanitário, certificado de cura da doença ou exame negativo, para acessar mesas em áreas fechadas de bares e restaurantes não é uma arbitragem, mas uma condição para o não encerramento das atividades produtivas.

Segundo ele, o "green pass" é uma medida com a qual os cidadãos podem continuar a realizar as atividades com a garantia de se encontrarem entre pessoas que não são contagiosas.

"É uma medida que dá serenidade, não que tira a serenidade, que permitirá aos italianos vivenciar um verão com menos ansiedade, se divertir, ir a um restaurante, participar de shows. Sem vacinação, tudo deve ser fechado de novo", insistiu o premiê, reforçando que "um apelo para não se vacinar é um apelo para morrer".

Por fim, Draghi informou que as discotecas permanecerão fechadas, mas existe um "acordo total para compensá-las".

Em relação à escola, apesar do passe verde no transporte público ter sido adiado por enquanto, o objetivo "é fazer com que todos voltem a comparecer", garantiu Draghi. "Tudo o que é necessário está feito e vai ser feito. De resto estamos à espera de discutir uma série de regras sobre escolas e transportes públicos". (ANSA)

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