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Chanceler chinês vai ao Afeganistão e se reúne com talibãs

Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, fez uma visita não anunciada antecipadamente ao Afeganistão - Wang Zhao/AFP
Ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, fez uma visita não anunciada antecipadamente ao Afeganistão Imagem: Wang Zhao/AFP

24/03/2022 08h30Atualizada em 24/03/2022 09h38

O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, fez uma visita não anunciada antecipadamente ao Afeganistão nesta quinta-feira (24) e se reuniu com expoentes do governo formado pelo Talibã. Essa é a primeira visita formal do chinês ao país desde que os fundamentalistas retomaram o poder, em agosto do ano passado.

A agência afegã Tolo informou que a maior parte das reuniões foi focada em temas econômicos e comerciais e, citando um funcionário do governo talibã, Ahmad Yasir, disse que há a informação de que a China fará investimentos.

Conforme o portal, Wang afirmou que a "mina de cobre de Mes Aynak terá os trabalhos em breve iniciados por uma empresa chinesa". Ainda de acordo com a Tolo, no início do mês, Cabul havia pedido para que a China Metalurgical Group Corp (MCC Group) retomasse um projeto bloqueado por anos de metalurgia no país com base em um pagamento de US$ 400 milhões anuais em uma concessão de 30 anos. Sobre esse último tópico, não houve confirmação.

Wang foi a Cabul após ter participado pela primeira vez como observador da 48ª sessão do Conselho dos Ministros do Exterior da Organização para a Cooperação Islâmica (OIC), realizado em Islamabad, no Paquistão. A visita não anunciada antecipadamente ocorre a uma semana da reunião que a China terá com vizinhos do Afeganistão para ver como pode ajudar o país após o retorno dos talibãs.

Os territórios dos dois países compartilham uma fronteira de cerca de 80 quilômetros e a área é particularmente "temida" porque é avaliada como um potencial canal de ligação e de ação da minoria muçulmana uigur na província de Xinjiang. Há denúncias de que Pequim comete genocídio contra os uigures, mas a China diz que parte deles quer um movimento separatista.

A visita também marca formalmente que Pequim está dando um reconhecimento formal ao governo dos Talibãs, que retomaram o poder após 20 anos da invasão dos Estados Unidos.