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Trump mandou investigar teoria da conspiração envolvendo Itália

O ex-presidente dos EUA Donald Trump em discursa no Texas, na fronteira com o México Imagem: Brandon Bell/Getty Images/AFP

Ansa, Washington

24/06/2022 09h33

Durante o quinto dia de audiências do comitê que investiga a invasão do Capitólio nos Estados Unidos, ocorrida em 6 de janeiro de 2021, o então ministro da Defesa do governo de Donald Trump, Christopher Miller, revelou que a Casa Branca ordenou uma investigação sobre uma teoria da conspiração que envolvia satélites da Itália e fraude nas eleições.

Segundo Miller, sob pedido do chefe de Gabinete, Mark Meadows, ele precisou telefonar para o adido militar norte-americano na Embaixada dos EUA em Roma para abrir uma investigação sobre a teoria de que satélites italianos tinham trocado votos de Trump para Joe Biden.

"Esse foi um dos melhores exemplos sobre o que Trump iria fazer para se manter no poder. Iria usar a internet para ter apoio em suas teorias da conspiração", acrescentou Miller.

A informação sobre a investigação também foi confirmada em outro depoimento desta quinta-feira (23), pelo ex-procurador-geral Jeffrey Rosen. Segundo o representante, a teoria infundada era promovida por um ex-funcionário da Inteligência norte-americana.

Outro que fez pressão para a investigação sobre os satélites italianos foi o deputado republicano Scott Perry, que mandou mensagem para Trump pedindo sobre o motivo "que nós não podemos trabalhar com o governo italiano?".

De acordo com Rosen, ele recebeu um e-mail encaminhado por Meadows - que tinha vindo de Perry - com um link para um vídeo de 20 minutos no YouTube repleto de teorias infundadas sobre as eleições de novembro de 2020. Além disso, o chefe de Gabinete ainda pediu que ele se reunisse com Bradley Johnson, o rapaz que aparecia no vídeo falando as histórias.

"Falei para ele que a coisa toda da Itália tinha sido desmentida, e que se deveria por um fim nisso, e que certamente eu não iria encontrar aquele homem pessoalmente", afirmou Rosen, que disse que recebeu como resposta uma reclamação e a informação de que Johnson "estava trabalhando com Rudy Giuliani [advogado de Trump], e o senhor Giuliani está realmente ofendido que você ache que eles tenham que ir para o escritório do FBI para isso - isso é um insulto".

Também o ex-procurador-geral-adjunto Richard Donoghue confirmou a história, dizendo que foi pressionado por um dos membros do alto comando do Pentágono à época, Kash Patel, se ele estava investigando a "coisa da Itália".

Em uma dos documentos apresentados por Donoghue, há a menção de que Trump disse a ele que "vocês não estão seguindo as coisas na internet como eu".

O representante ainda afirmou que, após dizer para Meadows que essa história era "absurda", o então chefe da Casa Branca continuou a pressionar, via Departamento de Justiça, a pasta da Defesa para investigar a história.

Nesse momento, Miller acrescentou que recebeu um telefonema do congressista republicano Adam Kinzinger pedindo para "ver o que diabo estava acontecendo em Roma porque estou recebendo todos esses relatórios malucos, doidos, e provavelmente nosso cara lá 'da base' [adido militar] sabe mais do que qualquer um".

As audiências públicas do comitê legislativos que investiga a invasão do Capitólio para contestar o resultado das eleições de 2020 deveriam continuar ainda nesta sexta-feira (24), mas o presidente do Comitê, Bennie Thompson, informou que por conta da "enxurrada" de novas evidências apresentadas durante as sessões dessa semana, as novas reuniões serão realizadas apenas no fim de julho.

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