Conteúdo publicado há 5 meses

Organização e preparação do Japão protegem país em terremotos

ROMA, 1 JAN (ANSA) - A magnitude do terremoto no Japão foi muito elevada, e a área afetada foi bastante extensa, mas a organização do território é avançada: trata-se de uma população que vive constantemente com a consciência do risco de tsunamis.

Na Itália, também exposta a esse tipo de risco, por exemplo, o cenário é muito atrasado.

A análise é de Piero Moscardini, italiano gerente de desastres, ex-bombeiro e ex-membro da Defesa Civil, que no passado participou de 16 missões no exterior para enfrentar terremotos, inundações e tsunamis, incluindo o que ocorreu entre as Maldivas e o Sri Lanka em 2004.

"No Japão, há danos, mas eles conseguirão resistir ao impacto melhor do que em outros lugares: se existem casas de concreto armado construídas com critérios lógicos, o efeito devastador é limitado. O alerta foi oportuno e seguindo-o, as pessoas podem se salvar a uma certa distância", explicou.

"Se houver prontidão e existirem casas bem construídas, os danos são limitados porque é como ter uma barreira natural. Além disso, o teste dos sistemas de alerta reduz o nível de risco e de perdas humanas. O tsunami que ocorreu no Sri Lanka, por outro lado, foi totalmente diferente", disse ainda.

Sobre seu próprio país, ele alertou: "Não quero criar pânico, mas precisamos aceitar a ideia de que nós também não estamos isentos do risco de um tsunami. Historicamente, nunca pensamos nisso, mas felizmente, recentemente, o departamento de Defesa Civil realizou um planejamento integrado sobre o risco de maremotos e tsunamis".

"Por exemplo, se houver um alerta pelo celular, só precisamos informar aos cidadãos qual é a área de espera segura. Isso deve ser feito em sintonia entre municípios e regiões, mas ainda são poucas as áreas na Itália que têm um plano seguro para proteger a população", disse.

Moscardini, hoje tutor do Centro de Estudos de Planejamento de Risco Edimas', há apenas um mês conduziu um exercício em Soverato, na Calábria, sobre o risco de tsunami e maremoto, com a participação de 2,8 mil habitantes: "Foi um dos primeiros na Itália e pela primeira vez envolveu autoridades locais, cidadãos e forças de segurança".

"Verificamos o que deve ser feito e o que deve ser modificado em relação ao que pode ocorrer a qualquer momento. Os residentes da área foram afastados da costa por meio de rotas sinalizadas para alcançar as áreas mais altas da cidade", narrou.

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"O início do exercício foi dado pelo som de sirenes e sinos que, ouvidos pelos cidadãos, dirigiram-se às áreas de espera mais próximas de suas casas. Também foi calculado o tempo máximo de percurso sem correria", concluiu.

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