Série sobre Amanda Knox começa a ser gravada na Itália

PERUGIA, 4 NOV (ANSA) - Dezessete anos depois do assassinato de Meredith Kercher, a estudante inglesa morta em Perugia na noite de 1º de novembro de 2007, a capital da Úmbria se prepara para se tornar cenário de uma série de TV produzida pela norte-americana Amanda Knox para o Hulu, canal de streaming da Disney.   

Segundo o jornal "Il Messaggero", as gravações da obra começaram no último sábado (2), em Orvieto, e serão realizadas em Perugia de terça (5) a sexta (8). Os episódios serão filmados em diferentes pontos do centro histórico, onde a montagem das luzes de Natal precisou ser interrompida, após pedido da produção.   

Ao todo, serão oito capítulos de uma hora cada que vão narrar a história jurídica - com suas consequências - da ex-estudante de Seattle condenada e depois absolvida pela morte de sua colega de quarto.   

A série é produzida pela própria Knox junto com a ex-estagiária do chamado "Sexgate" Monica Lewinsky, protagonista do escândalo sexual envolvendo o então presidente dos Estados Unidos Bill Clinton.   

A descrição oficial explica que a série "é baseada na história real" de como Knox - finalmente absolvida do crime - foi "injustamente condenada pelo assassinato de Meredith e descreve sua odisseia de 16 anos para se libertar".   

Agora mãe de dois filhos, Knox, de 36 anos, contou sua experiência em primeira mão em seu livro de memórias de 2013, "Waiting to be Heard". A história da ex-aluna também foi foco de um documentário da Netflix e do filme "Amanda Knox: Murder on Trial in Italy".   

"17 anos após a trágica morte de Meredith, ainda continuamos a falar sobre isso nos lugares menos apropriados", declarou à ANSA o advogado Francesco Maresca, representante da família Kercher, sobre a notícia de que as gravações também acontecerão em Perugia.   

Maresca lembrou que o crime foi falado "durante anos nos tribunais e depois na televisão e nos sets de filmagem por iniciativa de vários produtores e de Knox que continua a agitar esta triste história".   

"Já disse várias vezes que o silêncio e a lembrança seriam apropriados, mas evidentemente para esta americana só são importantes os lucros que obtém de um caso de que se queixa, mas que lhe trouxe dinheiro e fama", concluiu o advogado. (ANSA).   

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