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Alpinista que perdeu 9 dedos das mãos desiste de alcançar topo do Everest

O alpinista Nobukazu Kuriki perdeu nove dedos em tentativa de escalar o Everest, mas não desistiu - Reuters
O alpinista Nobukazu Kuriki perdeu nove dedos em tentativa de escalar o Everest, mas não desistiu Imagem: Reuters

27/09/2015 09h18

Um alpinista japonês que perdeu nove dedos das mãos abandonou a tentativa de chegar ao topo do Monte Everest, na cordilheira do Himalaia.

"Eu tentei usar toda a energia que me restava, mas estava demorando muito para caminhar sobre a neve", escreveu Nobukazu Kuriki em sua página pessoal no Facebook.

"Me dei conta de que se continuasse, não voltaria vivo", acrescentou.

Ele decidiu desistir do desafio após tentar chegar ao topo da montanha, a 8,848 metros de altura.

Se tivesse concluído o feito, o alpinista de 33 anos seria a primeira pessoa a chegar ao cume do Everest após o terremoto que devastou o Nepal em abril deste ano.

Foi a quinta vez que Kuriki tentou chegar ao topo da montanha nos últimos seis anos.

Ele disse que decidiu desistir da meta depois de deixar o "o último campo" na noite de sábado.



Segundo especialista, é comum a subida final ocorrer à noite e chegada ao topo, ao amanhecer

"Obrigado a todos pelo apoio", disse ele.

Kuriki seguia pela mesma rota usada por Edmund Hillary e Tenzing Norgay quando se tornaram os primeiros a atingir o pico do monte, em 1953.

O alpinista japonês diz preferir escalar durante o inverno, sozinho e com o mínimo equipamento necessário. "Essa é a forma mais pura da escalada e vale a pena o risco extra", disse ele, antes da desistência.

Ele já escalou o Everest sozinho quatro vezes nos últimos seis anos, mas foi forçado a abandonar o percurso todas as vezes.

Em 2012, ele perdeu nove dedos das mãos depois de passar dois dias preso dentro de um buraco a 8,230 metros de altura e sob temperaturas inferiores a -20C.

O incidente acabou tornando mais difícil as escaladas seguintes, pois seus movimentos são limitados.

"Eu realmente fico nervoso e com medo", disse ele à agência de notícias Reuters depois de chegar ao Nepal, há cerca de um mês.

"É uma sensação natural antes de encarar o desafio de escalar o Everest, e depois do terremoto e durante essa época do ano".

A lucrativa indústria da escalada no Nepal foi significativamente abalada pelo terremoto de 25 de abril, que matou 9 mil pessoas.