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Massoterapeuta morta em acidente de avião quis dar viagem de presente para a mãe

20/01/2017 17h51

A massoterapeuta e bailarina Maíra Lidiane Panas Helatczuk (25), morta no acidente aéreo em Paraty (RJ), quis dar uma viagem de presente para a mãe, a professora da rede infantil Maria Hilda Panas, que fez aniversário na última terça-feira.

As duas estavam a bordo do avião que caiu matando elas e outros três passageiros, incluindo o ministro Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki, o empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, dono do Hotel Emiliano, e o piloto Osmar Rodrigues.

De acordo com amigos delas ouvidos pela BBC Brasil, Maíra era uma pessoa de origem simples e tinha diversos empregos: dava aulas de balé em uma escola infantil na Mooca, bairro da zona leste de São Paulo, fazia apresentações de dança do ventre em um bar árabe e, recentemente, tinha passado a vender sucos detox em casa.

Contava com a ajuda de amigos para fazer a divulgação.

A principal fonte de renda, porém, era o trabalho como massoterapeuta - entre os lugares nos quais atendia estava o spa do Hotel Emiliano.

"Ela queria viver de dança, mas a massoterapia era o que realmente fazia com que ela se sustentasse", contou a cantora e bailarina Daniela Santori, de 30 anos, uma das amigas mais próximas de Maíra.

Além do trabalho, a jovem cursava fisioterapia na Unip - estava prestes a começar o segundo semestre. "Ela era batalhadora mesmo, não parava quieta", disse à BBC Brasil Ieda Barreto, de 37 anos, colega de faculdade.

A mãe, Maria, que morava em Juína (MT), estava de férias e foi para São Paulo para visitar a filha, que se mudou recentemente para a Vila Mariana, na zona sul da cidade.

De acordo com relatos de amigos, as duas eram muito próximas.

"Ela sempre foi muito (dedicada à) família, se preocupava com a mãe dela, vivia vindo visitar a mãe", disse a professora de balé Thais Oliveira, que vive na cidade mato-grossense, que teve aula de dança com Maíra.

Segundo a amiga Daniela, a viagem a Paraty era um presente de aniversário à mãe. "Era para ter sido uma viagem muito legal", disse.

Indignação

Em luto, as pessoas próximas à Maíra acompanham com indignação à proliferação de boatos na internet de que a massoterapeuta atuava como garota de programa.

"É o preço que uma mulher bonita e talentosa paga - ela era sensual porque fazia parte do trabalho que ela fazia no palco. As pessoas limitadas e que não fazem parte desse meio não entendem e julgam, distorcem", disse Daniela.

De acordo com a amiga, Maíra tinha um namorado.