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Utqiagvik, o povoado do Alasca que só voltará a ver a luz do sol em 23 de janeiro

Os pouco mais de 4 mil moradores de Utqiagvik, no Alasca, vão passar cerca de dois meses sem ver o sol - University of Alaska Fairbanks
Os pouco mais de 4 mil moradores de Utqiagvik, no Alasca, vão passar cerca de dois meses sem ver o sol Imagem: University of Alaska Fairbanks

23/11/2018 09h08

Os moradores de Utqiagvik vão passar os próximos dois meses quase totalmente na escuridão.

Os habitantes desta pequena cidade no Alasca - o Estado dos Estados Unidos mais ao norte - já estão acostumados a longas noites sem ver a luz do dia.

No domingo, seus pouco mais de 4 mil habitantes viram o último pôr do sol do ano.

A próxima oportunidade para ver a luz do dia será no dia 23 de janeiro de 2019, às 13h04 (horário local).

A noite polar

Utqiagvik - conhecida antigamente como Barrow - não é a única cidade no Alasca privada de iluminação solar por longos períodos como este.

O norte do Alasca está localizado no Círculo Polar Ártico, que circunda a gélida região polar do Ártico.

De maneira que outros pequenos povoados como Kaktovik, Point Hope e Anaktuvuk Pass tampouco veem a luz do sol por um longo período.

Cidade no Alasca ficará sem sol pelos próximos 65 dias - Reprodução/Twitter - Reprodução/Twitter
O fenômeno conhecido como noite polar se refere a regiões que passam mais de 24 horas sem ver a luz do sol
Imagem: Reprodução/Twitter

O fenômeno da penumbra prolongada é conhecido como noite polar e é comum em regiões localizadas dentro dos círculos polares, que passam mais de 24 horas sem sol.

No caso de Utqiagvik, serão muito mais de 24 horas - as pessoas vão passar 65 dias no escuro.

O fenômeno acontece ano após ano e Utqiagvik é o primeiro lugar do Alasca a ser afetado, por sua localização extrema ao norte.

A cidade é o lar da população indígena Iñupiac e abriga várias estações de pesquisa climática.

80 dias de sol

Segundo o site Weather.com, "a partir de meados de novembro até o fim de janeiro, o sol não nasce ao norte do Círculo Ártico, devido à inclinação da Terra longe da luz solar direta".

Localizada 530 km acima da linha que delimita o Círculo Ártico, Utqiagvik não ficará, no entanto, mergulhada na escuridão total nos próximos dois meses.

Um fenômeno chamado crepúsculo civil - que ocorre quando o sol está a 6 graus abaixo da linha do horizonte e cria uma pequena iluminação - permitirá que haja um pouco de luz.

O crepúsculo civil dura seis horas por noite, mas diminuirá para três horas por noite no fim de dezembro.

Embora o cenário pareça assustador, muitos destacam uma vantagem que a maioria dos lugares no mundo não tem: quando o verão chega a esta pequena cidade no Alasca, seus habitantes podem desfrutar de 80 dias seguidos sem pôr do sol.