Brumadinho: Represa não corre mais risco de rompimento e bombeiros retomam buscas de desaparecidos
Porta-voz da Defesa Civil afirmou que famílias de área evacuada no começo deste domingo já podem voltar para casa; ao saber de risco de novo rompimento, Corpo de Bombeiros iniciaram ainda no sábado bombeamento da água para tentar esvaziar a barragem.
O porta-voz da Defesa Civil de Minas Gerais, tenente-coronel Flávio Godinho, afirmou na tarde deste domingo que a represa B6, em Brumadinho (MG), não corre mais risco de rompimento. Após o anúncio, o Corpo de Bombeiros informou que as famílias que estavam deixando suas casas desde o ínicio da manhã poderão retornar.
As buscas pelos 305 desaparecidos foram retomadas imediatamente. Até agora, 58 mortes foram confirmadas após o rompimento de três barragens da Vale na mesma região no início da tarde de sexta-feira. Entre as vítimas, 19 corpos já foram identificados. Outras 305 pessoas seguem desaparecidas.
Em coletiva de imprensa na noite de domingo, Godinho disse que um ônibus foi localizado próximo à área administrativa da Vale e que haveria mais corpos dentro dele. Dessa forma, o trabalho de resgate continuará noite adentro e o número de vítimas deve subir.
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Às 5h30 deste domingo, um alarme de emergência na região da Mina do Córrego do Feijão foi aciado por conta do risco do rompimento da barragem B6, que armazena água de reúso. Técnicos da Vale tinham informado que havia um "risco iminente de rompimento".
O tenente Pedro Aihara, porta-voz do Corpo de Bombeiros, afirmou no início do dia que equipes técnicas sabiam desde sábado desse risco e iniciaram o bombeamento da água armazenada para tentar esvaziar a barragem.
"Nossa maior preocupação é a região do Parque da Cachoeira. Estamos com equipes da Academia de Bombeiros nessa região para evacuar as cerca de 25 casas que existem ali. Devido ao risco de rompimento da barragem, os trabalhos de busca estão interrompidos por tempo indeterminado", afirmou.
A repórter da BBC News Brasil Amanda Rossi está na região de Brumadinho e afirmou que, por conta dessa preocupação, os acessos à cidade havam sido bloqueados para impedir que pessoas retornasse para a área próxima ao córrego.
De acordo com Aihara, se a barragem se rompesse, ela poderia carregar uma grande quantidade de lama para outras regiões. Em 30 minutos, a água poderia chegar até ao centro de Brumadinho.
"A Vale está trabalhando desde a madrugada com a drenagem da água. Estamos estimando em 37 horas (a partir de 5h de sábado) para conseguir colocar em situação de segurança. A água drenada segue o leito do rio", explicou Anderson de Almeida, coordenador operacional dos bombeiros de Minas Gerais no fim da tarde de sábado.
Até a tarde deste domingo, há registro de pelo menos 37 pessoas mortas por causa do rompimento de uma barragem da mineradora Vale no município de Brumadinho, localizada na zona metropolitana de Belo Horizonte. O número de vítimas já supera o da tragédia em Mariana, que deixou 19 mortos.
No começo da tarde desde sábado, a mineradora informou que 412 pessoas, entre funcionários e profissionais terceirizados, não puderam ser contatados.
O juiz do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) Renan Chaves Carreira Machado, a pedido da Advocacia Geral do Estado (AGE), determinou o bloqueio de R$ 5 bilhões das contas da empresa Vale, após o rompimento da barragem. O valor deve ser disponibilizado em uma conta judicial.
A medida, proposta pelo Estado de Minas Gerais e decidida pela Justiça em caráter liminar, busca oferecer "imediato e efetivo amparo às vítimas e redução das consequências (...) e na redução do prejuízo ambiental".A decisão determina, ainda, que a empresa apresente, em até 48 horas, "um relatório sobre as ações de amparo às vítimas, adote medidas para evitar a contaminação de nascentes hidrográficas, faça um planejamento de recomposição da área afetada e elabore, de imediato, um plano de controle contra a proliferação de pragas e vetores de doenças diversas".
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