Bolsonaro cancela reunião com Xi Jinping após atraso na agenda do chinês, mas irá a Pequim em outubro
O porta-voz da Presidência afirmou que Bolsonaro abdicou da reunião devido ao atrasado de Xi Jinping.
As bandeirinhas de Brasil e China já estavam sobre a mesa da sala onde seria realizado um dos principais eventos da agenda do presidente Jair Bolsonaro no G20 - a reunião com o presidente da China, Xi Jinping.
Mas o governo brasileiro afirmou ter decidido cancelar a bilateral por causa de um atraso na agenda do líder chinês, que ainda estava em outra reunião no horário do encontro com Bolsonaro.
A reunião bilateral entre os governantes brasileiro e chinês estava marcada para 14h30. Às 14h50, o porta-voz da Presidência, general Otávio do Rêgo Barros, disse que o presidente havia decidido cancelar a reunião.
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"Esperamos até o presente momento. Já estava bastante atrasado, estávamos esperando na sala", disse.
"Como temos horário para a decolagem e precisávamos retornar ao hotel para fechar tudo, o presidente decidiu abdicar dessa bilateral e posteriormente efetivar os contatos necessários para prosseguir com as tratativas entre os dois países."
Perguntado se não havia frustração por uma das agendas mais importantes ter sido cancelada, Rêgo Barros declarou que o presidente "não apresentou opinião".
"Ele está bastante feliz com o resultado dos Brics, com as outras reuniões que teve e com a assinatura do acordo do Mercosul com a União Europeia", disse.
Viagem a Pequim
Mais cedo, Bolsonaro havia anunciado que viajará à China em outubro, a convite do presidente Xi Jinping, e se mostrou entusiasmado.
Segundo ele, a visita ajudará a desfazer "algumas coisas que falavam a meu respeito desde lá trás".
Quando era deputado federal e também durante a campanha, Bolsonaro fez repetidas críticas à China, acusando o país de estar "comprando o Brasil".
"A China vai continuar fazendo comércio conosco, vamos desfazer qualquer mal-entendido que, por ventura, possa ter tido. Se bem que eles sabem filtrar as informações", disse Bolsonaro no Japão.
"Eles sabem também da importância do Brasil para com eles e, se puder abrir o comércio, a gente vai abrir. Há interesse nosso, a China é nosso maior parceiro comercial e queremos aprofundar o nosso relacionamento", afirmou.
Guerra comercial
Na sexta (28), Bolsonaro se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na ocasião, a imprensa perguntou para Trump se ele pediria ao presidente brasileiro para "escolher um lado" na guerra comercial travada entre EUA e China.
O presidente americano evitou colocar Bolsonaro numa posição desconfortável e respondeu dizendo que a reunião que teria com Xi Jinping neste sábado, durante o G20, era "promissora".
Um dia antes, Bolsonaro afirmou que o Brasil não tem lado.
Neste sábado, em reunião bilateral, Trump e Xi concordaram em retomar as negociações sobre a guerra comercial.
A disputa havia escalado nos últimos meses com a imposição de um aumento de tarifas por parte dos EUA diversos produtos chineses.
O que é o G20?
O G20 é uma reunião anual de líderes dos países com as maiores economias e as que mais crescem. Seus membros representam 85% do PIB mundial e dois terços de sua população.
O grupo não possui um quadro permanente de funcionários próprios, de modo que todo ano, em dezembro, um país do G20 assume a presidência. Esse país é então responsável por organizar a próxima cúpula, bem como reuniões menores para o próximo ano. Eles também podem optar por convidar países não membros. A Espanha sempre é convidada.
A primeira reunião do G20 ocorreu em Berlim, em 1999, depois que uma crise financeira no leste da Ásia afetou muitos países ao redor do mundo. O atual clube do Grupo dos Oito (G8) das economias mais ricas do mundo foi expandido para incluir economias de rápido crescimento como China, Brasil e Arábia Saudita - embora o G8 tenha abandonado a Rússia e agora seja o G7.
Inicialmente, participavam do G20 ministros de finanças e governadores de bancos centrais. Isso mudou depois da crise financeira global em 2008. Com o colapso dos bancos, o aumento do desemprego e a estagnação dos salários, a organização se transformou em um conselho de emergência para presidentes e primeiros-ministros. Agora eles sempre participam.
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