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Coronavírus: por que secar as mãos é tão importante quanto lavá-las

Mulher joga fora papel usado para secar as mãos depois de lavá-las do lado de fora do Hospital Princess Margaret, em Hong Kong; país registrou primeira morte por coronavírus - Anthony Wallace/AFP
Mulher joga fora papel usado para secar as mãos depois de lavá-las do lado de fora do Hospital Princess Margaret, em Hong Kong; país registrou primeira morte por coronavírus Imagem: Anthony Wallace/AFP

Julian Hunt e John Gammon - The Conversation*

07/03/2020 16h17

Tendo em vista o número diário de pessoas infectadas com coronavírus em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselhou a limpar as mãos regularmente e completamente.

Isso pode ser feito com um desinfetante para as mãos à base de álcool ou com água e sabão. A esperança é que uma boa higiene das mãos possa limitar a propagação do vírus.

Para lavá-las de forma eficaz, é necessário fazê-lo com água limpa e sabão. As mãos devem ser lavadas por pelo menos 20 segundos e enxaguadas.

O uso de sabão é particularmente importante para uma lavagem eficaz, pois pesquisas mostram que isso reduz significativamente a presença de micróbios (vírus e bactérias) nas mãos.

No entanto, algo que geralmente é esquecido é a importância da secagem das mãos, algo essencial para uma limpeza eficaz.

A secagem das mãos não apenas remove a umidade, como também envolve o atrito, o que reduz ainda mais a carga microbiana e a transferência de microrganismos.

E a transmissão de micróbios é mais provável de ocorrer na pele úmida do que na pele seca.

A forma importa

Mas não se trata de secá-las de qualquer maneira, porque como você seca também é importante.

E isso é ainda mais importante no caso de hospitais e centros médicos.

Nossa pesquisa examinou a importância da secagem das mãos e as implicações das mãos molhadas para pacientes e profissionais de saúde.

Os resultados mostram que secadores de ar quente e rolos de tecido podem ser problemáticos, especialmente em hospitais.

Nosso estudo se concentrou principalmente no impacto da secagem das mãos em bactérias, não em vírus.

Mas o que descobrimos é relevante para entender como o coronavírus pode ser transmitido em hospitais e centros de saúde, especialmente em vista das recomendações da OMS sobre lavagem frequente das mãos.

Toalhas de papel descartáveis ??são o método mais higiênico para secar as mãos. De fato, os secadores de ar quente não são recomendados para hospitais e clínicas por razões de higiene.

Estes podem aumentar a dispersão de partículas e microrganismos no ar e, assim, contaminar o meio ambiente.

Rolos de pano também não são recomendados, pois quando o tecido termina, ele é reutilizado e pode ser uma fonte de patógenos que são transferidos para nossas mãos limpas.

No escritório também

Nossa análise também mostrou que os métodos mais adequados para secar as mãos em um ambiente clínico ? como um hospital ? diferem do recomendado para um banheiro público.

Isso se deve ao maior risco de infecção e contaminação cruzada nos hospitais.

Portanto, embora seja importante secar as mãos adequadamente onde quer que você esteja, as toalhas de papel são sempre a opção preferida se você estiver em um hospital, como paciente ou visitante, ou se for membro da equipe.

Como parte de nosso estudo, também investigamos as políticas governamentais de secagem das mãos e descobrimos que elas reconhecem que as toalhas de papel são a maneira mais rápida e eficaz de eliminar a umidade residual que pode facilitar a transmissão de microrganismos.

Esta é uma boa notícia, dada a preocupação atual com a disseminação do coronavírus.

Nesse sentido, nossa pesquisa serve como um lembrete de que a secagem adequada e eficaz das mãos é parte essencial da higiene das mãos, tanto no hospital quanto no escritório.

* Este artigo foi publicado originalmente na The Conversation e foi reproduzido aqui sob a licença Creative Commons. Clique aqui para ler a história em sua versão original (em inglês).

Julian Hunt é pesquisador da Universidade de Swansea, no Reino Unido. John Gammon é vice-diretor da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da Universidade de Swansea, no Reino Unido.

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