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Vacina para covid: 3 boas notícias que mostram o impacto positivo da vacinação no Brasil

04/05/2021 11h36Atualizada em 04/05/2021 17h19

Casos confirmados e mortes caíram em grupos prioritários; só entre idosos de 80 anos ou mais, redução foi de 50%, diz estudo recente.

Os benefícios da vacinação contra a covid-19 já podem ser observados em todo o mundo, à medida que mais pessoas são imunizadas.

No Brasil, não é diferente. Dados mostram evidências claras de que a vacina vem reduzindo casos de infecção e mortes. Apesar disso, o país ainda enfrenta problemas em sua campanha de imunização.

A escassez de vacinas é um deles. Milhares de pessoas que tomaram a primeira dose ainda aguardam a segunda - o imunizante requer duas doses para oferecer proteção segura contra o vírus.

A CoronaVac, por exemplo, está em falta em cidades de pelo menos 18 Estados.

Até agora, segundo dados da plataforma Our World in Data, ligada à Universidade de Oxford (Reino Unido), cerca de 30 milhões de pessoas no Brasil já receberam pelo menos uma dose da vacina contra a covid.

O número pode parecer alto, mas, na prática, significa que o país só administrou 20,7 doses para cada 100 pessoas, taxa inferior à de nações desenvolvidas, como Estados Unidos, Israel, França e Reino Unido, e também emergentes, como Chile e Uruguai.

Confira três boas notícias da vacinação no Brasil:

1) Mortes de idosos acima de 80 anos caem pela metade

Um estudo recente realizado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, mostra que caiu pela metade a proporção de mortes de idosos com 80 anos ou mais no Brasil após o início da vacinação contra a covid-19.

A taxa de mortalidade era de 25% a 30% em 2020 e passou para 13% no fim de abril.

Quando a vacinação começou, em janeiro deste ano, o percentual era de 28%.

Segundo os responsáveis pelo estudo, os dados confirmam evidências já observadas em outros países, como Israel, mas a novidade é que, pela primeira vez, foi verificada queda de internações e mortes em um cenário com predominância da variante P1.

A variante P1 foi descoberta em Manaus (Amazonas) e hoje responde pela maior parte dos casos no Brasil.

Ela é até 2,4 vezes mais transmissível do que outras linhagens do coronavírus e, segundo estudos recentes, pode 'driblar' o sistema imunológico, infectando novamente quem já teve a doença e levando a quadros mais graves.

Evidências associam essa nova variante ao maior número de hospitalizações e mortes, especialmente de jovens.

Segundo o estudo da UFPel, pelo menos 13,8 mil mortes de brasileiros com 80 anos ou mais em um intervalo de oito semanas foram evitadas.

2) Profissionais de saúde estão morrendo menos

Profissionais de saúde, como médico e enfermeiros, que atuam na linha de frente do combate à covid-19, também estão morrendo em menor número.

Por causa de seu trabalho, eles foram um dos primeiros grupos a receber o imunizante.

Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), houve uma queda de 83% no número de médicos mortos em março, na comparação com janeiro, quando grande parte deles foi imunizada.

Em janeiro, 59 profissionais morreram no país, informou o CFM. Em fevereiro, o número caiu para 24 e, em março, foram apenas 10.

O mesmo se observou entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem.

O número de mortos nesse grupo caiu 71% de março, quando 83 profissionais morreram, a abril, mês em que foram registrados 24 óbitos.

3) Casos e óbitos entre indígenas diminuem

Consideradas uma das populações de maior risco para a covid-19, os indígenas foram um dos primeiros grupos a serem vacinados.

Como resultado, houve uma queda acentuada no número de casos e mortes entre eles.

De janeiro a março, os óbitos nesse grupo caíram 66% em Mato Grosso do Sul, segundo dados oficiais. Foram nove mortes em janeiro contra três em março. O pico foi em agosto do ano passado, quando 38 indígenas morreram de covid-19.

O mesmo aconteceu em Estados como Ceará e Minas Gerais.

No entanto, como mostrou reportagem da BBC News Brasil, especialistas vêm alertando para a vulnerabilidade desse grupo às chamadas "fake news", que se espalham principalmente pelo WhatsApp nas comunidades indígenas.

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