Lula eleito presidente: abstenção cai pela 1ª vez no 2º turno de eleição presidencial desde a redemocratização
Número de eleitores que não votam era considerado um elemento crucial para o resultado da eleição, vencida por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O segundo turno desta eleição presidencial foi a primeira vez desde a redemocratização que a abstenção caiu entre os dois turnos de votação.
Com 99,58% das urnas apuradas, 20,56% dos eleitores não votaram, 0,39 ponto percentual abaixo do registrado no primeiro turno, quando a abstenção foi de 20,95%.
Em 1989, na eleição de Fernando Collor, a abstenção passou de 11,93% para 14,39% no segundo turno.
Em 1994 e 1998, a eleição e a reeleição de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) foram definidas no primeiro turno ? o índice foi de 17,77% e 21,49% respectivamente.
Em 2002, quando Lula se elegeu pera primeira vez, subiu de 17,74% para 20,47% e, em 2006, sua reeleição, de 16,75% para 18,99%.
Em 2010, passou de 18,12% para 21,47% e, em 2014, de 19,39% para 21,10%. Dilma Rousseff (PT) foi eleita nas duas ocasiões.
Em 2018, quando Bolsonaro se elegeu pela primeira vez, contra o petista Fernando Haddad, cresceu de 20,33% para 21,30%.
Passe livre e operações da PRF
O efeito da abstenção sobre o primeiro turno e no resultado final foi muito discutido nesta eleição, porque estudos indicam que ela prejudica mais Lula, por ser maior entre os eleitores com menor renda e escolaridade, parcela da população em que o petista liderava nas intenções de voto.
Uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que, neste segundo turno, as prefeituras que condessem passe livre no transporte público não estariam infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. Também foi proibida a redução do volume de transporte disponível para a população na eleilção.
A decisão atendeu um pedido feito pelo partido Rede Sustentabilidade.
O entendimento da Corte foi de que as medidas são importantes para garantir que os eleitores, especialmente os mais pobres, consigam exercer seu direito ao voto.
No domingo de votação (30/10), centenas de operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), boa parte delas no Nordeste, foram criticadas como uma tentativa de dificultar o voto a favor de Lula.
O atual diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, havia declarado em seu Instagram voto em Bolsonaro.
A PRF disse que as operações eram para fiscalizar o cumprimento do Código de Trânsito.
No sábado (29/10), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já havia determinado que a PRF não fizesse operações no transporte público, para não atrapalhar a votação.
Vasques foi intimado pelo atual presidente do TSE, Alexandre Moraes, a interromper as operações.
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63421487
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