Ministros de Lula culpam extrema direita por explosões: Não permite trégua

Os ministros do presidente Lula (PT) estão ligando as explosões na praça dos Três Poderes nesta quarta (13) à extrema direita. O homem morto foi candidato a vereador pelo PL.

O que aconteceu

Lula ainda não se pronunciou sobre o assunto. O presidente segue em agenda normal no Palácio do Planalto nesta quinta (14), recebendo credenciais de embaixadores.

Pelo menos oito ministros se pronunciaram publicamente. Todos repudiaram o ato e a maioria ligou à extrema direita. Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) chegou a citar (e linkar) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua postagem nas redes sociais.

Em viagem ao Azerbaijão para a COP29, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) chamou o caso de "triste e grave"."Triste pela perda de vida e grave por ser um atentado a uma instituição da República, um poder da República",disse.

Na mesma linha da PF, Simone Tebet (Planejamento) questionou a teoria do "lobo solitário" e que a luta "não permite trégua". A ministra fez referência aos "apitos de cachorro" ("dog whistle", em inglês), termo usado para falar em mensagens cifradas, enviadas pela extrema direita, em falas aparentemente inocentes.

André de Paula (Pesca) disse que o ato é "reflexo de um ambiente político envenenado pelo ódio". "Nunca foi nem será um ato isolado. É um projeto encorajado de violência e retrocesso", concordou a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial).

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Alguns se pronunciaram já na noite de ontem. Jader Filho (Cidades) afirmou que "não se constrói democracia sem respeito às pessoas e às instituições", Sônia Guajajara (Povos Indígenas) chamou o ato de "ataque à democracia" que "não pode ser naturalizado" e e Juscelino Filho (Comunicações), o primeiro a se pronunciar, pediu uma investigação rigorosa.

Paulo Pimenta (Secom) também fez referência ao PL. "Quando e como veio de SC? Sozinho? Acompanhado? Alguém pagou? Os explosivos foram adquiridos onde? Com quem falou no telefone hoje?", questionou.

A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, fez uma ligação aos atentados de 8 de Janeiro e refutou anistia dos investigados. "É nesse ambiente de crescente e irresponsável permissividade que os extremistas vão ousando, sentindo cada vez mais distante a merecida punição e cada vez mais próxima a revanche contra seus adversários", publicou a petista.

Entenda o caso

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Imagem: Arte/UOL
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As explosões ocorreram por volta das 19h30 de quarta-feira (13). Uma varredura será feita nos prédios da Câmara e do STF nesta quinta-feira — as atividades devem ser retomadas a partir das 12h. O Senado Federal também suspendeu os trabalhos.

Francisco Wanderlei Luiz teria circulado pelo anexo 4 da Câmara durante o dia, segundo informação dada aos deputados pelo chefe de segurança da Casa. O local abriga a maioria dos gabinetes dos parlamentares. A entrada no prédio é liberada para qualquer pessoa. Os visitantes precisam passar por um detector de metal, mas não há revistas.

A Câmara estava em votação no momento da explosão no estacionamento. Os deputados discutiam a PEC que amplia a imunidade tributária das igrejas. Com a notícia das explosões, parlamentares reclamaram da continuidade da sessão apesar da "banalização da violência e dos ataques de 8 de Janeiro", em referência aos atos ocorridos também na Praça dos Três Poderes.

Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) suspendeu a sessão às 21h14 após a confirmação da morte. O deputado manteve os trabalhos até o horário com o argumento de que estava "aguardando o chefe da Segurança da Câmara dos Deputados".

O STF divulgou uma nota dizendo que "ministros foram retirados do prédio em segurança". A Corte afirmou que "dois fortes estrondos foram ouvidos". A sessão do Supremo era sobre operações policiais nas favelas do Rio. A sessão contou com autoridades e representantes da sociedade civil. Por isso, o plenário estava mais cheio do que o normal — na hora das explosões, muitos ainda estavam no prédio.

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