Ministros de Lula culpam extrema direita por explosões: Não permite trégua
Os ministros do presidente Lula (PT) estão ligando as explosões na praça dos Três Poderes nesta quarta (13) à extrema direita. O homem morto foi candidato a vereador pelo PL.
O que aconteceu
Lula ainda não se pronunciou sobre o assunto. O presidente segue em agenda normal no Palácio do Planalto nesta quinta (14), recebendo credenciais de embaixadores.
Pelo menos oito ministros se pronunciaram publicamente. Todos repudiaram o ato e a maioria ligou à extrema direita. Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) chegou a citar (e linkar) o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em sua postagem nas redes sociais.
Homem que provocou a explosão no STf foi candidato a vereador pelo partido de @jairbolsonaro . Seria mera coincidência? Ou esse homem foi influenciado pela pregação de ódio ao STF , propagada pelo inelegível?
-- Paulo Teixeira (@pauloteixeira13) November 14, 2024
Em viagem ao Azerbaijão para a COP29, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) chamou o caso de "triste e grave"."Triste pela perda de vida e grave por ser um atentado a uma instituição da República, um poder da República",disse.
Na mesma linha da PF, Simone Tebet (Planejamento) questionou a teoria do "lobo solitário" e que a luta "não permite trégua". A ministra fez referência aos "apitos de cachorro" ("dog whistle", em inglês), termo usado para falar em mensagens cifradas, enviadas pela extrema direita, em falas aparentemente inocentes.
No ataque à democracia, os "lobos" nunca são solitários. Há, sempre, um "apito" a encorajá-los. O que aconteceu ontem na Praça dos Três Poderes foi mais um sinal de alerta de que, enquanto permanecerem esses "apitos", a luta democrática não permite qualquer tipo de trégua.
-- Simone Tebet (@simonetebetbr) November 14, 2024
André de Paula (Pesca) disse que o ato é "reflexo de um ambiente político envenenado pelo ódio". "Nunca foi nem será um ato isolado. É um projeto encorajado de violência e retrocesso", concordou a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial).
O que aconteceu na Praça dos Três Poderes ontem é a prova de que não podemos baixar a guarda para aqueles que insistem em atacar nossas instituições e nossa democracia. Nunca foi nem será um ato isolado. É um projeto encorajado de violência e retrocesso.
-- Anielle Franco (@aniellefranco) November 14, 2024
Fortalecer e defender?
Alguns se pronunciaram já na noite de ontem. Jader Filho (Cidades) afirmou que "não se constrói democracia sem respeito às pessoas e às instituições", Sônia Guajajara (Povos Indígenas) chamou o ato de "ataque à democracia" que "não pode ser naturalizado" e e Juscelino Filho (Comunicações), o primeiro a se pronunciar, pediu uma investigação rigorosa.
Paulo Pimenta (Secom) também fez referência ao PL. "Quando e como veio de SC? Sozinho? Acompanhado? Alguém pagou? Os explosivos foram adquiridos onde? Com quem falou no telefone hoje?", questionou.
Já sabemos que foi muito grave o que aconteceu. Já sabemos que o carro com os explosivos pertence a um candidato a vereador do PL de SC. Provavelmente a perícia vai confirmar que se trata da mesma pessoa que tentou entrar no STF depois morreu detonando explosivos na área externa?
-- Paulo Pimenta (@Pimenta13Br) November 14, 2024
A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, fez uma ligação aos atentados de 8 de Janeiro e refutou anistia dos investigados. "É nesse ambiente de crescente e irresponsável permissividade que os extremistas vão ousando, sentindo cada vez mais distante a merecida punição e cada vez mais próxima a revanche contra seus adversários", publicou a petista.
O atentado de ontem em Brasília confirma que é imprescindível processar e punir todos os envolvidos no 8 de Janeiro, como disse hoje o ministro Alexandre de Moraes. A começar pelos mandantes e pelo chefe de todos, , que é o maior inspirador do terrorismo da extrema direita, seja?
-- Gleisi Hoffmann (@gleisi) November 14, 2024
Entenda o caso
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Quero receberAs explosões ocorreram por volta das 19h30 de quarta-feira (13). Uma varredura será feita nos prédios da Câmara e do STF nesta quinta-feira — as atividades devem ser retomadas a partir das 12h. O Senado Federal também suspendeu os trabalhos.
Francisco Wanderlei Luiz teria circulado pelo anexo 4 da Câmara durante o dia, segundo informação dada aos deputados pelo chefe de segurança da Casa. O local abriga a maioria dos gabinetes dos parlamentares. A entrada no prédio é liberada para qualquer pessoa. Os visitantes precisam passar por um detector de metal, mas não há revistas.
A Câmara estava em votação no momento da explosão no estacionamento. Os deputados discutiam a PEC que amplia a imunidade tributária das igrejas. Com a notícia das explosões, parlamentares reclamaram da continuidade da sessão apesar da "banalização da violência e dos ataques de 8 de Janeiro", em referência aos atos ocorridos também na Praça dos Três Poderes.
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) suspendeu a sessão às 21h14 após a confirmação da morte. O deputado manteve os trabalhos até o horário com o argumento de que estava "aguardando o chefe da Segurança da Câmara dos Deputados".
O STF divulgou uma nota dizendo que "ministros foram retirados do prédio em segurança". A Corte afirmou que "dois fortes estrondos foram ouvidos". A sessão do Supremo era sobre operações policiais nas favelas do Rio. A sessão contou com autoridades e representantes da sociedade civil. Por isso, o plenário estava mais cheio do que o normal — na hora das explosões, muitos ainda estavam no prédio.
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