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Polícia dispersa hooligans em memorial de atentados

27/03/2016 12h13

Grupos de extrema direita entram em confronto com pessoas que prestavam homenagem às vítimas dos ataques em Bruxelas. Policiais usaram jatos d'água para afastar os autodenominados "fascistas contra o terrorismo".

A polícia de choque belga apoiada por veículos com jatos d'água foram chamados neste domingo (27/03) à Praça da Bolsa de Valores, em Bruxelas, para dispersar grupos de extrema direita autodenominados "fascistas contra o terrorismo", depois de momentos de tensão com as pessoas que foram prestar homenagem às vítimas dos ataques.

"Os fascistas é que são terroristas", "não quero fascistas no meu bairro", foram algumas das palavras de ordem que as pessoas usaram contra um grupo de elementos vestidos de preto que se aproximou das grades de proteção na área da Bolsa, onde surgiu um memorial espontâneo de homenagem às vítimas dos atentados de terça-feira.

O grupo se aproximou da área fechada à circulação e foi desmobilizado pelas autoridades belgas, que dispararam jatos d'água sobre os cerca de 200 homens de cabelo curto, sem qualquer símbolo partidário. Naquele momento, o grupo atirou latas de cerveja e garrafas contras as pessoas que já estavam local para lembrar os mortos dos ataques.

O grupo foi impelido pelas autoridades em direção à estação ferroviária Bruxelas-Norte e, no caminho, cometeram pequenos atos de vandalismo, derrubando vasos e cestas de lixo.

Anteriormente, as autoridades belgas pediram que nenhuma manifestação acontecesse em Bruxelas durante a Páscoa. Uma Marcha contra o Medo, originalmente planejada para acontecer no local às 14h, foi cancelada, mas a população e os turistas continuaram a se dirigir à Praça da Bolsa de Valores, onde estão depositadas flores, velas e mensagens em prol da paz.

Mais prisões

Os protestos e manifestações aconteceram quando os promotores públicos anunciaram que a polícia havia realizado batidas "relacionadas ao terrorismo" em Bruxelas e nas cidades de Mechelen e Duffel, no norte da Bélgica.

O Ministério Público não falou se as batidas tinham a ver com os atentados em Bruxelas, que deixaram 31 mortos e 270 feridos em explosões no aeroporto e numa estação de metrô. A Promotoria Pública informou que foram presos quatro novos suspeitos, enquanto outros cinco foram liberados após interrogatório.

O grupo terrorista "Estado Islâmico" reivindicou a autoria dos ataques da última terça-feira em Bruxelas.

CA/lusa/afp/rtr/dpa