Governo Netanyahu fica mais conservador
O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se inclinou mais à direita nesta quarta-feira (25/05) com a confirmação do ultranacionalista Avigdor Lieberman, um nome abertamente contrário à formação de um Estado palestino, como novo ministro da Defesa.
A decisão é parte de um acordo entre o partido de Netanyahu, Likud, e o Yisrael Beiteinu, de Lieberman. Desde que o Likud venceu as eleições legislativas em março, o partido faz contatos com partidos nacionalistas e religiosos para compor o governo mais conservador da história de Israel.
O pacto firmado após dias de intensa negociação vai expandir a maioria parlamentar de Netanyahu de 61 para 67 assentos.
"Expandir o governo com a inclusão do partido Yisrael Beitenu na coalizão nacionalista é um passo importante e necessário para garantir a sua estabilidade", escreveu em comunicado o negociador do Likud Yariv Levin.
O acordo estabeleceu a nomeação de Lieberman para a Defesa, pasta encarregada dos territórios palestinos ocupados, e de outra nacionalista, Sofa Landver, para o Ministério de Absorção de Imigrantes de Israel.
O governo israelense também concordou em destinar 325 milhões de euros para pensões de idosos. Parte do dinheiro vai beneficiar imigrantes da ex-União Soviética, que compõem uma base de apoio a Lieberman. Ele nasceu na antiga República Socialista Soviética da Moldávia.
Virada conservadora
Em Israel, cresce o temor de que Lieberman, que vai assumir oficialmente como ministro na semana que vem, não só eleve o conservadorismo no país, mas também crie tensões entre o governo e o comando moderado das Forças de Defesa de Israel.
Lieberman já foi ministro das Relações Exteriores do país e é uma figura controversa. Ele tem questionado a lealdade de árabes israelenses ao Estado e tenta aprovar uma lei que obriga israelenses a assinar um juramento de lealdade sob pena de perderem a cidadania. O nacionalista também defende a pena de morte a condenados por terrorismo.
Para acalmar os ânimos, Netanyahu afirmou que vai observar todas as medidas tomadas pelo ministro da Defesa, sobretudo em relação ao território da Cisjordânia.
"Ultimamente, é o primeiro-ministro que direciona tudo junto com o ministro da Defesa, com o chefe da equipe, e aparentemente eu não fiz um mau trabalho durante meus primeiros anos como premiê. E é assim que será agora", afirmou à imprensa no domingo.
KG/afp/rtr
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