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Farc ratificam acordo de paz por unanimidade

23/09/2016 16h33

Grupo armado dá aval a pacto alcançado com governo colombiano, sinalizando fim de conflito iniciado há mais de meio século. Acordo será assinado pelo presidente do país em ato solene em Cartagena.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram nesta sexta-feira (23/09) que seus líderes ratificaram por unanimidade o acordo de paz alcançado com o governo colombiano, sinalizando que abandonarão as armas após 52 anos de conflito.

"Informamos que os guerrilheiros-delegados deram respaldo unânime ao acordo de paz", disse em coletiva de imprensa Luciano Marín Arango, conhecido como Iván Márquez e que encabeçou a equipe negociadora nas Farc. "A guerra acabou. Viva a Colômbia, viva a paz", declarou.

Márquez destacou, após a conclusão da conferência nacional das Farc, que com o apoio unânime se reafirma a "coesão interna" que tem o grupo e que, em sua opinião, sempre tiveram "em sua trajetória rebelde". Essa foi a décima e última conferência das Farc como grupo armado ilegal.

O acordo - alcançado em agosto em Cuba, após quase quatro anos de negociações - será assinado na próxima segunda-feira, num ato solene em Cartagena, pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e o número um das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como Timochenko. Chefes de Estado da região também são aguardados, assim como o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e o secretário de Estado americano, John Kerry.

O acordo contempla o abandono das armas pela guerrilha e sua transformação em movimento político. Na coletiva de imprensa, Márquez não deu detalhes sobre a nova agremiação política, que deve ocupar dez assentos no Congresso, segundo prevê o pacto de paz.

Após a assinatura na semana que vem, o acordo ainda deverá ser referendado pelos colombianos num plebiscito marcado para o próximo dia 2 de outubro. Todas as pesquisas projetam a vitória do "sim" na consulta popular.

Em mais de 50 anos, o conflito na Colômbia, o mais longo das Américas, provocou a morte de 220 mil pessoas e deixou mais de 6 milhões de deslocados internos.

LPF/ap/efe/rtr