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Refugiado que tirou selfie com Merkel processa Facebook por notícias falsas

10.set.2015 - Imigrante faz selfie com a chanceler alemã, Angela Merkel, do lado de fora do campo de refugiados próximo ao Escritório Federal de Imigração e Refugiados, após registo no distrito de Spandau, em Berlim - Fabrizio Bensch/Reuters
10.set.2015 - Imigrante faz selfie com a chanceler alemã, Angela Merkel, do lado de fora do campo de refugiados próximo ao Escritório Federal de Imigração e Refugiados, após registo no distrito de Spandau, em Berlim Imagem: Fabrizio Bensch/Reuters

11/01/2017 18h10

Um refugiado sírio que ficou famoso após tirar uma selfie com a chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, entrou com o processo contra o Facebook e seus usuários, após sua foto ter sido usada em notícias falsas divulgadas na plataforma. A imagem também é frequentemente publicada em campanhas difamatórias.

O advogado de Anas Modamani, Chan-jo Jun, entrou com um processo por calúnia e difamação contra a rede social no Tribunal Regional de Würzburg. Ele pede que a empresa impeça a circulação de mensagens falsas sobre seu cliente.

Segundo Jung, a foto do sírio com Merkel já foi compartilhado centenas de vezes com mensagens de ódio contra os refugiados. A fotografia também foi utilizada em notícias falsas, nas quais Modamani é acusado de ser o autor de atentados e crimes.

A imagem foi usada para associar o sírio com o ataque em Bruxelas, no ano passado, e acusá-lo de ser um dos jovens que colocaram fogo num morador de rua no metrô de Berlim, em dezembro.

"O Facebook tem dificuldades em aceitar a legislação alemã. Calúnias e insultos abusivos são ilegais na lei alemã, mas não em padrões da rede social", disse o advogado. 

Modamani ficou famoso após tirar uma selfie com Merkel em 2015 num abrigo de refugiados em Berlim. Segundo Jun, sempre que ocorre um incidente envolvendo algum refugiado Modamani é caluniado como o requerente de refúgio modelo de Merkel.

A gota d'água, no entanto, foi a utilização da fotografia com a mensagem falsa de que o sírio teria atacado o morador de rua no metrô berlinense. Apesar da solicitação da remoção da mensagem, a rede social se recusou a fazê-lo, alegando que ela não violava os padrões da plataforma.

A corte se reúne no dia 6 de fevereiro para decidir se aplica alguma medida cautelar contra o Facebook. Essa é a primeira vez que a rede social é acusada legalmente na Alemanha por permitir o compartilhamento de notícias falsas.