Topo

Parlamento alemão aprova casamento gay

30/06/2017 04h44

Em votação histórica, Merkel vota contra legalização do matrimônio homoafetivo, mas diz esperar que aprovação traga coesão social. Nova legislação permite também que casais do mesmo sexo adotem uma criança.O Bundestag (Parlamento alemão) aprovou o casamento gay nesta sexta-feira (30/06). Em votação histórica, sobre o chamado "casamento para todos", 393 parlamentares votaram a favor da legalização, e 226, contra. Houve quatro abstenções.A chanceler federal alemã, Angela Merkel, que no início da semana mudou de posição e se disse a favor de liberar os membros da conservadora União Democrática Cristã (CDU) para votar de acordo com a própria consciênciaem vez de seguir as diretrizes do partido, votou contra a legalização."Para mim, o casamento previsto na Lei Fundamental [Constituição] é o entre homem e mulher", justificou Merkel após a votação, acrescentando que sua decisão foi pessoal, mas que espera que a aprovação do casamento homoafetivo tenha efeitos positivos na sociedade."Espero que a votação de hoje não só promova o respeito entre diferentes opiniões, mas também traga mais coesão e paz social", disse a chanceler federal.Direito de adotarA reforma concede direitos matrimoniais completos a casais homossexuais, incluindo o de adotar uma criança.Merkel disse ter mudado de posição em relação à adoção por casais do mesmo sexo, à qual por muito tempo se opôs. Ela rotulou suas declarações sobre o tema no passado de "insatisfatórias". "Pensei muito sobre a questão do bem-estar da criança e agora [...] estou convencida de que os casais do mesmo sexo devem poder adotar crianças", disse Merkel.Desde 2001, gays e lésbicas estavam autorizadas a formalizar uniões civis na Alemanha. A permissão do casamento gay deve entrar em vigor até o final deste ano.Todos os potenciais parceiros de coalizão de Merkel após as eleições legislativas de 24 de setembro, incluindo os social-democratas de seu principal adversário, Martin Schulz, têm defendido a legalização do casamento gay na Alemanha.PV/dpa/rtr/afp