Engenheiro da VW é condenado em escândalo de emissões
Justiça americana sentencia James Liang a 40 meses de prisão e multa de 200 mil dólares por seu papel na manipulação dos motores a diesel em veículos da montadora alemã. Funcionário foi o primeiro a se declarar culpado.O engenheiro James Liang, da Volkswagen, foi condenado nesta sexta-feira (25/08) pela Justiça dos Estados Unidos a 40 meses de prisão e ao pagamento de uma multa no valor de 200 mil dólares por seu papel no escândalo de emissões envolvendo manipulações ilegais por parte da empresa alemã.Em 2015, a montadora reconheceu ter equipado milhões de veículos com um dispositivo que os fazia parecer menos poluentes, permitindo à Volkswagen contornar as leis americanas antipoluição.Liang, de 63 anos, sabia que a empresa estava cometendo fraudes e agiu para encobri-las, declarou o juiz Sean Cox durante audiência no tribunal de Detroit, no estado de Michigan, nesta sexta-feira."Tal conspiração perpetrou uma fraude maciça e impressionante contra o consumidor americano, atacando e destruindo a base do nosso sistema econômico", acrescentou o magistrado.O engenheiro, que corre o risco de ser deportado para a Alemanha quando for libertado da prisão, se recusou a se pronunciar sobre a pena, que foi além da solicitada pelos procuradores – a acusação havia sugerido 36 meses de prisão e multa de 20 mil dólares.Segundo os procuradores, Liang tinha conhecimento sobre o uso do dispositivo em cerca de 600 mil veículos a diesel a fim de burlar as leis antipoluição nos EUA.O advogado de Liang negou que seu cliente seja "ganancioso ou imoral", mas apenas seguia ordens para manter seu emprego e sustentar sua família. "O que aconteceu aqui foi errado", disse o advogado Daniel Nixon, "mas não foi ele quem arquitetou [a fraude]", defendeu.Em setembro do ano passado, o engenheiro declarou-se culpado perante o tribunal de Detroit e aceitou cooperar com as autoridades que investigam o caso Volkswagen. A defesa havia pedido ao juiz que considerasse uma pena de liberdade condicional e 1,5 mil horas de serviço comunitário.Liang trabalhou de 1983 a 2008 em Wolfsburg, na Alemanha, onde fica a sede da Volkswagen. Depois, foi transferido para os EUA, especificamente para a Califórnia, para integrar a equipe destinada a preparar e testar os veículos com motor a diesel que o grupo pretendia comercializar em território americano. Foi essa equipe que deu garantias de conformidade dos referidos veículos.O engenheiro é um dos dois funcionários da Volkswagen que se declararam culpados. O segundo foi o executivo Oliver Schmidt, de 48 anos, encarregado de assegurar que a produção da montadora estava de acordo com as regulamentações ambientais americanas. Acusado de conspiração para defraudar as autoridades, ele deve ter conhecimento de sua sentença em dezembro deste ano.A própria empresa alemã admitiu culpa pela conspiração perante o tribunal de Detroit em março passado, fechando um acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos que envolve o pagamento de multas no valor de 4,3 bilhões de dólares.EK/ap/dpa/efe/dw
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