Igualdade entre homens e mulheres só será alcançada em 217 anos
Estudo do Fórum Econômico Mundial aponta que desigualdade entre sexos aumentou no último ano. Brasil ocupa 90° posição em ranking de 144 países, com classificação ruim sobretudo em relação à representatividade política.A desigualdade entre homens e mulheres voltou a crescer este ano após uma década de avanços, informou nesta quinta-feira (02/11) o Fórum Econômico Mundial (FEM). Segundo um estudo da organização, as desigualdades serão preciso mais 217 anos para que ambos os sexos tenham salários e representatividade iguais no mundo trabalho. No ano passado, a previsão era de que seriam necessários 170 anos se alcançar tal meta.
O relatório anual da organização sobre a igualdade entre homens e mulheres envolve 144 países e analisa a situação nas áreas de trabalho, educação, saúde e política.
Leia também: Onde há mais desigualdade de gênero na Europa
Na área da educação, as diferenças são menores. Segundo a organização, seria possível atingir a igualdade de acesso à educação em apenas 13 anos. Já na política, pelo ritmo atual, seriam necessários 99 anos.
Somadas todas as categorias analisadas, o Fórum aponta que as mulheres só atingiram uma igualdade de 68% em relação aos homens. Ou seja, uma diferença de 32% nas oportunidades ainda persiste. Em 2016, o fosso era 31,7%. Foi o primeiro recuo no índice geral desde que o Fórum começou a compilar os dados, em 2006.
"Em 2017 nós não deveríamos estar vendo o progresso para a paridade de gêneros ter um retrocesso", afirmou Saadia Zahidi, chefe de educação, gênero e trabalho do Fórum. "A igualdade de gênero é um imperativo moral e econômico. Alguns países entenderam isso e agora estão colhendo os dividendos das medidas tomadas para tratar o tema."
Esse foi o segundo ano seguido que a organização suíça registrou a piora na desigualdade econômica, que é calculada medindo quantos homens e mulheres participam da força de trabalho, a renda recebida e o crescimento no emprego. Em 2015, a organização havia apontado que seriam necessários 118 anos para atingir a igualdade.
Brasil cai para 90ª posição
Já o Brasil aparece em 90º, tendo caído 11 posições em relação ao ano passado. E o país só vem ficando para trás desde que o Fórum começou a estudar o assunto. Em 2006, ocupava o 67° lugar no ranking geral.
O país aparece muito bem posicionado nas categorias de igualdade na educação e saúde, mas sua média é puxada para baixo por causa da desigualdade política e econômica.
Na política, o Brasil aparece na 110º posição, atrás de países como Marrocos, Mali e Argélia. No ano passado, a baixa representatividade de mulheres em ministérios do governo Michel Temer ganhou o noticiário internacional. O país também tem poucas mulheres no Legislativo. Na Câmara Federal, por exemplo, as mulheres conquistaram apenas 9,9% das cadeiras nas eleições de 2014.
Segundo o relatório, nenhum país conseguiu superar completamente a diferença na renda recebida. Islândia, Noruega, Finlândia, Ruanda e Suécia estão nas melhores posições do ranking. Já Iêmen, Paquistão, Síria, Chade e Irã aparecem nas piores. A Nicarágua é o país com a melhor performance entre os latino-americanos, ocupando a sexta posição geral.
JPS/ots
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O relatório anual da organização sobre a igualdade entre homens e mulheres envolve 144 países e analisa a situação nas áreas de trabalho, educação, saúde e política.
Leia também: Onde há mais desigualdade de gênero na Europa
Na área da educação, as diferenças são menores. Segundo a organização, seria possível atingir a igualdade de acesso à educação em apenas 13 anos. Já na política, pelo ritmo atual, seriam necessários 99 anos.
Somadas todas as categorias analisadas, o Fórum aponta que as mulheres só atingiram uma igualdade de 68% em relação aos homens. Ou seja, uma diferença de 32% nas oportunidades ainda persiste. Em 2016, o fosso era 31,7%. Foi o primeiro recuo no índice geral desde que o Fórum começou a compilar os dados, em 2006.
"Em 2017 nós não deveríamos estar vendo o progresso para a paridade de gêneros ter um retrocesso", afirmou Saadia Zahidi, chefe de educação, gênero e trabalho do Fórum. "A igualdade de gênero é um imperativo moral e econômico. Alguns países entenderam isso e agora estão colhendo os dividendos das medidas tomadas para tratar o tema."
Esse foi o segundo ano seguido que a organização suíça registrou a piora na desigualdade econômica, que é calculada medindo quantos homens e mulheres participam da força de trabalho, a renda recebida e o crescimento no emprego. Em 2015, a organização havia apontado que seriam necessários 118 anos para atingir a igualdade.
Brasil cai para 90ª posição
Já o Brasil aparece em 90º, tendo caído 11 posições em relação ao ano passado. E o país só vem ficando para trás desde que o Fórum começou a estudar o assunto. Em 2006, ocupava o 67° lugar no ranking geral.
O país aparece muito bem posicionado nas categorias de igualdade na educação e saúde, mas sua média é puxada para baixo por causa da desigualdade política e econômica.
Na política, o Brasil aparece na 110º posição, atrás de países como Marrocos, Mali e Argélia. No ano passado, a baixa representatividade de mulheres em ministérios do governo Michel Temer ganhou o noticiário internacional. O país também tem poucas mulheres no Legislativo. Na Câmara Federal, por exemplo, as mulheres conquistaram apenas 9,9% das cadeiras nas eleições de 2014.
Segundo o relatório, nenhum país conseguiu superar completamente a diferença na renda recebida. Islândia, Noruega, Finlândia, Ruanda e Suécia estão nas melhores posições do ranking. Já Iêmen, Paquistão, Síria, Chade e Irã aparecem nas piores. A Nicarágua é o país com a melhor performance entre os latino-americanos, ocupando a sexta posição geral.
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