Topo

Merkel supera obstáculo-chave para formar governo

30/01/2018 09h48

Conservadores e social-democratas chegam a acordo sobre questão da reunião de refugiados com suas famílias, removendo um dos maiores entraves para o avanço das negociações em busca de uma coalizão.Nas negociações para a formação de uma coalizão de governo na Alemanha, os partidos conservadores União Democrata Cristã (CDU), da chanceler federal Angela Merkel, e União Social Cristã (CSU) chegaram nesta terça-feira (30/01) a um acordo com o Partido Social-Democrata (SPD) sobre a reunião familiar de refugiados. O tema era um dos principais obstáculos para a formação de governo.

Leia também: Merkel tem pressa para formar governo

Segundo agências de notícias e a emissora pública ARD, o acordo entre conservadores e social-democratas prevê que as reuniões familiares de refugiados que desejam trazer parentes à Alemanha ficarão suspensas até 31 de julho. Após essa data, será imposto um limite de mil pessoas por mês que poderão entrar na Alemanha por motivos de reunião familiar. Deve haver exceções para tal limite em casos extremos.

CDU, CSU e SPD já haviam chegado a um acordo sobre o limite mensal para as reuniões familiares num pré-acordo de coalizão alcançado no início de janeiro. O debate, no entanto, foi reaberto após o início das negociações formais entre os partidos, na última sexta-feira.

Os partidos ainda precisam esclarecer se as reuniões familiares contemplarão pessoas que receberam proteção parcial como refugiados. Os detalhes devem ser definidos nas próximas semanas.

O SPD havia pressionado pelo direito de reunião familiar para todos os refugiados, mas acabou cedendo. O tema é um dos principais pontos de atrito entre conservadores e social-democratas, que negociam um acordo de coalizão, quatro meses depois das últimas eleições legislativas. Os social-democratas também querem mudanças nos planos de saúde e na duração de contratos de trabalho.

A Alemanha nunca ficou tanto tempo sem governo depois de uma eleição parlamentar. Esta é a segunda tentativa de Merkel de formar uma coalizão, depois do fracasso das negociações com os liberais e os verdes, no fim de novembro. É também a última. Um novo fracasso deixará a chanceler em exercício com apenas duas opções: um governo de minoria ou aceitar novas eleições.

Por isso, a pressão sobre ela é grande, e analistas veem aí uma chance para o SPD conseguir novas concessões dos conservadores. Merkel afirmou que os cidadãos esperam agora que as negociações sejam bem-sucedidas – e rápidas.

LPF/dpa/rtr/afp

_______________

A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App