Tillerson fala sobre possibilidade de golpe militar na Venezuela
Antes de viajar à América Latina, secretário de Estado americano diz que intervenção militar fez parte da história de países da região, mas garante que EUA preferem uma "transição pacífica" no país de Nicolás Maduro.O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou nesta quinta-feira (01/02), momentos antes de iniciar sua primeira viagem oficial pela América Latina, que um golpe militar poderia ser uma das possíveis soluções para o fim do regime de Nicolás Maduro na Venezuela.
Tillerson, que é chefe da diplomacia dos Estados Unidos, destacou, no entanto, que Washington prefere uma "transição pacífica" no país latino-americano. A declaração vem meses depois de o presidente Donald Trump ter sugerido a possibilidade de uma intervenção militar na região.
"Na história da Venezuela e de outros países da América Latina e da América do Sul, muitas vezes foram os militares que lidaram com situações como essa", disse o secretário americano em discurso na Universidade do Texas, em Austin.
"Quando as coisas estão tão ruins, e a liderança militar percebe que isso não está mais servindo para os cidadãos, eles vão gerenciar uma transição pacífica", completou ele, destacando não saber se acontecerá dessa forma na Venezuela.
Questionado se poderia ser necessária uma retirada de Maduro do poder e se Washignton teria um papel nisso, Tillerson afirmou que os EUA não defendem "uma mudança no regime ou a remoção do presidente", mas apenas que o país "retorne à Constituição". Ele admitiu, no entanto, que seria "mais fácil" se o chavista decidisse deixar o poder por conta própria.
O secretário disse ainda ter certeza que, caso as coisas fiquem muito difíceis para Maduro, "o presidente possui alguns amigos em Cuba que poderiam muito bem oferecer a ele um local agradável na praia, e ele poderia ter uma vida tranquila por lá".
Maduro, que enfrenta altos índices de reprovação em meio a uma crise econômica aguda, inflação desenfreada e escassez de alimentos e remédios no país produtor de petróleo, está buscando a reeleição em um pleito presidencial que deve ser realizado até o final de abril.
Os Estados Unidos e outros países ocidentais acusam o regime de Maduro de violar direitos humanos e políticos na Venezuela e chegaram a impor sanções econômicas ao país.
Avanço de China e Rússia
Em seu discurso nesta quinta-feira, Tillerson ainda classificou de "alarmante" a crescente presença da China e da Rússia na América Latina, afirmando que a região "não precisa de novos poderes imperiais que só buscam o benefício próprio".
O secretário de Estado pediu que os países latino-americanos fortaleçam seus governos e instituições a fim de "garantir sua soberania frente aos potenciais atores predadores que estão aparecendo".
"Nossa região deve estar em guarda contra os poderes distantes que não refletem os valores fundamentais da região. Os EUA são um claro contraste a isto. Não buscamos acordos a curto prazo com lucros assimétricos. Nós buscamos sócios", declarou ele.
Visita à América Latina
A viagem de Tillerson pela América Latina teve início nesta quinta-feira na Cidade do México, onde se encontrará com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e discutir temas como imigração e o acordo de livre comércio entre EUA, México e Canadá, o Nafta.
Em seguida, o chefe da diplomacia viaja ao Peru para uma reunião com o presidente Pedro Pablo Kuczynski; Argentina, onde se encontrará com o presidente Mauricio Macri; e Colômbia, sendo recebido por Juan Manuel Santos. A turnê latino-americana termina na Jamaica, no dia 7.
EK/afp/rtr/ap/dpa/efe
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Tillerson, que é chefe da diplomacia dos Estados Unidos, destacou, no entanto, que Washington prefere uma "transição pacífica" no país latino-americano. A declaração vem meses depois de o presidente Donald Trump ter sugerido a possibilidade de uma intervenção militar na região.
"Na história da Venezuela e de outros países da América Latina e da América do Sul, muitas vezes foram os militares que lidaram com situações como essa", disse o secretário americano em discurso na Universidade do Texas, em Austin.
"Quando as coisas estão tão ruins, e a liderança militar percebe que isso não está mais servindo para os cidadãos, eles vão gerenciar uma transição pacífica", completou ele, destacando não saber se acontecerá dessa forma na Venezuela.
Questionado se poderia ser necessária uma retirada de Maduro do poder e se Washignton teria um papel nisso, Tillerson afirmou que os EUA não defendem "uma mudança no regime ou a remoção do presidente", mas apenas que o país "retorne à Constituição". Ele admitiu, no entanto, que seria "mais fácil" se o chavista decidisse deixar o poder por conta própria.
O secretário disse ainda ter certeza que, caso as coisas fiquem muito difíceis para Maduro, "o presidente possui alguns amigos em Cuba que poderiam muito bem oferecer a ele um local agradável na praia, e ele poderia ter uma vida tranquila por lá".
Maduro, que enfrenta altos índices de reprovação em meio a uma crise econômica aguda, inflação desenfreada e escassez de alimentos e remédios no país produtor de petróleo, está buscando a reeleição em um pleito presidencial que deve ser realizado até o final de abril.
Os Estados Unidos e outros países ocidentais acusam o regime de Maduro de violar direitos humanos e políticos na Venezuela e chegaram a impor sanções econômicas ao país.
Avanço de China e Rússia
Em seu discurso nesta quinta-feira, Tillerson ainda classificou de "alarmante" a crescente presença da China e da Rússia na América Latina, afirmando que a região "não precisa de novos poderes imperiais que só buscam o benefício próprio".
O secretário de Estado pediu que os países latino-americanos fortaleçam seus governos e instituições a fim de "garantir sua soberania frente aos potenciais atores predadores que estão aparecendo".
"Nossa região deve estar em guarda contra os poderes distantes que não refletem os valores fundamentais da região. Os EUA são um claro contraste a isto. Não buscamos acordos a curto prazo com lucros assimétricos. Nós buscamos sócios", declarou ele.
Visita à América Latina
A viagem de Tillerson pela América Latina teve início nesta quinta-feira na Cidade do México, onde se encontrará com o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, e discutir temas como imigração e o acordo de livre comércio entre EUA, México e Canadá, o Nafta.
Em seguida, o chefe da diplomacia viaja ao Peru para uma reunião com o presidente Pedro Pablo Kuczynski; Argentina, onde se encontrará com o presidente Mauricio Macri; e Colômbia, sendo recebido por Juan Manuel Santos. A turnê latino-americana termina na Jamaica, no dia 7.
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