Mulher que levou idoso morto a banco no Rio é investigada por homicídio
Erika de Souza Vieira Nunes, presa após ser flagrada com um idoso morto enquanto tentava sacar um empréstimo no Rio de Janeiro, também é investigada por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.
O que aconteceu
A informação foi confirmada ao UOL pela advogada da suspeita, Ana Carla de Souza Corrêa.
O delegado Fábio Luiz da Silva Souza incluiu a nova tipificação de crime baseado em depoimentos de testemunhas e da própria Erika. Ela já era investigada por vilipêndio de cadáver e tentativa de furto mediante fraude.
A defesa rebateu o argumento do delegado. "Em nenhum momento Erika declarou ser cuidadora do senhor Paulo e nem exercia essa atividade. As testemunhas que relatam em sede policial dizem do cuidado que ela tinha pelo Sr. Paulo ao acompanhá-lo, não que ela era cuidadora".
Ana Carla também afirma que essas testemunhas " são pessoas completamente afastadas do vínculo familiar, sendo pessoas estranhas à relação familiar". A advogada diz que vai contestar formalmente a investigação por homicídio culposo.
Problemas psiquiátricos
Erika tinha problemas psiquiátricos e fazia uso abusivo de medicamentos controlados, diz filho. "Ela tomava medicamentos para dormir. Mas estava fazendo uso abusivo desses remédios e transitava entre realidade e alucinações", disse o bombeiro Lucas Nunes dos Santos, 27, filho de Erika, em entrevista ao UOL. O problema já havia sido relatado pela advogada Ana Carla de Souza, que a representa.
Mãe estava dopada e desorientada quando relatou por telefone a morte, ainda no banco, diz Lucas. "Ela ligou chorando e disse: 'meu tio faleceu, estamos no banco'. Mas não conseguia falar de forma coerente, parecia desorientada. Como ela estava dopada, não dava para entender direito", contou o filho de Erika ao citar a morte de Paulo Roberto Braga, 68.
Estado de saúde de Paulo teria piorado após internação. "Ele estava bem antes de ser internado. Minha mãe o visitou todos os dias. Depois, ele voltou debilitado. Foi algo bem repentino", disse Lucas. O idoso teve "pneumonia não especificada" dependente de oxigênio e ficou internado de 8 a 15 de abril na UPA de Bangu, indica o prontuário médico. Ele morreu um dia depois de ter alta hospitalar.
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