Jornalistas esportivas brasileiras denunciam assédio no trabalho
Hashtag #DeixaElaTrabalhar reúne relatos de agressões e preconceitos sofridos pelas profissionais, tanto nas redações como nos estádios.Várias repórteres mulheres lançaram nesta segunda-feira (26/03), nas redes sociais, a campanha #DeixaElaTrabalhar, para denunciar casos de assédio, desrespeito e violência que sofrem no exercício do jornalismo esportivo.
No vídeo de divulgação da campanha, apresentadoras, assessoras e jornalistas afirmaram terem sofrido violência e assédio no trabalho e exigiram respeito, tanto do público como dos colegas de profissão.
A jornalista Bruna Dealtry, do canal Esporte Interativo, é a primeira a aparecer no vídeo. "Aconteceu comigo", diz a repórter, referindo-se ao assédio sexual que sofreu no dia 13 desse mês, quando um torcedor do Vasco do Gama tentou beijá-la à força numa transmissão ao vivo, no Rio de Janeiro.
Um dia antes do caso ocorrido com Bruna, a repórter da Rádio Gaúcha Renata de Medeiros foi agredida física e verbalmente por um torcedor do Internacional durante a cobertura de um jogo.
Os casos deram início a discussões sobre o machismo no meio esportivo, que se volta contra as profissionais mulheres, originando a campanha #DeixaElaTrabalhar, que é assinada por 52 jornalistas. Jornalistas famosas, como Fernanda Gentil e Carol Barcellos, aparecem no vídeo.
No dia do lançamento da campanha, a repórter da RBS Kelly Costa foi agredida verbalmente por um torcedor quando cobria as semifinais do Campeonato Gaúcho. No mesmo dia, Kelly foi ao ar no canal Sportv para pedir respeito e reforçar a campanha #DeixaElaTrabalhar.
Leia mais:
A mídia tem um problema com a inclusão de mulheres
Narradora de futebol é alvo de insultos na Alemanha
Assédio a jornalistas
Além de conviverem com machismo e agressões por parte dos torcedores, as jornalistas relatam que também são, muitas vezes, discriminadas nas redações esportivas.
Elas contam que são contestadas o tempo todo no trabalho, são avaliadas "profissionalmente" pela maneira como se veste, xingadas em público e assediadas nas redes sociais.
Nos últimos anos, diversas profissionais jovens têm se unido para trabalhar longe do preconceito de gênero no jornalismo esportivo, dentro e fora das quadras.
O site Dibradoras, formado por quatro jornalistas mulheres, é um deles. As profissionais não só tematizam a presença da jornalista mulher no meio esportivo, como dão maior espaço e divulgação para atletas e times femininos. Segundo elas, o trabalho das Dibradoras é "buscar o ponto de vista e o lugar da mulher no esporte contemporâneo".
Mesmo antes das atuais denúncias, outras campanhas já haviam surgido na internet para quebrar o silêncio sobre o machismo no jornalismo brasileiro em geral. Em 2016, foi lançada a campanha Jornalistas Contra o Assédio, em que profissionais denunciaram o machismo nas redações de jornalismo. A campanha virou um coletivo formado por jornalistas mulheres. Atualmente, a página no Facebook da iniciativa tem mais de 22 mil curtidas e reúne várias denúncias.
Em pesquisa comandada pela Abraji e divulgada no início do ano, 64% das jornalistas que responderam o questionário disseram já ter sofrido abuso de poder ou autoridade de chefes ou fontes, 83,6 % já sofreram algum tipo de violência psicológica nas redações e 46% apontaram que as empresas onde trabalham não têm canais internos para receber denúncias de assédio e discriminação de gênero.
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
No vídeo de divulgação da campanha, apresentadoras, assessoras e jornalistas afirmaram terem sofrido violência e assédio no trabalho e exigiram respeito, tanto do público como dos colegas de profissão.
A jornalista Bruna Dealtry, do canal Esporte Interativo, é a primeira a aparecer no vídeo. "Aconteceu comigo", diz a repórter, referindo-se ao assédio sexual que sofreu no dia 13 desse mês, quando um torcedor do Vasco do Gama tentou beijá-la à força numa transmissão ao vivo, no Rio de Janeiro.
Um dia antes do caso ocorrido com Bruna, a repórter da Rádio Gaúcha Renata de Medeiros foi agredida física e verbalmente por um torcedor do Internacional durante a cobertura de um jogo.
Os casos deram início a discussões sobre o machismo no meio esportivo, que se volta contra as profissionais mulheres, originando a campanha #DeixaElaTrabalhar, que é assinada por 52 jornalistas. Jornalistas famosas, como Fernanda Gentil e Carol Barcellos, aparecem no vídeo.
No dia do lançamento da campanha, a repórter da RBS Kelly Costa foi agredida verbalmente por um torcedor quando cobria as semifinais do Campeonato Gaúcho. No mesmo dia, Kelly foi ao ar no canal Sportv para pedir respeito e reforçar a campanha #DeixaElaTrabalhar.
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Além de conviverem com machismo e agressões por parte dos torcedores, as jornalistas relatam que também são, muitas vezes, discriminadas nas redações esportivas.
Elas contam que são contestadas o tempo todo no trabalho, são avaliadas "profissionalmente" pela maneira como se veste, xingadas em público e assediadas nas redes sociais.
Nos últimos anos, diversas profissionais jovens têm se unido para trabalhar longe do preconceito de gênero no jornalismo esportivo, dentro e fora das quadras.
O site Dibradoras, formado por quatro jornalistas mulheres, é um deles. As profissionais não só tematizam a presença da jornalista mulher no meio esportivo, como dão maior espaço e divulgação para atletas e times femininos. Segundo elas, o trabalho das Dibradoras é "buscar o ponto de vista e o lugar da mulher no esporte contemporâneo".
Mesmo antes das atuais denúncias, outras campanhas já haviam surgido na internet para quebrar o silêncio sobre o machismo no jornalismo brasileiro em geral. Em 2016, foi lançada a campanha Jornalistas Contra o Assédio, em que profissionais denunciaram o machismo nas redações de jornalismo. A campanha virou um coletivo formado por jornalistas mulheres. Atualmente, a página no Facebook da iniciativa tem mais de 22 mil curtidas e reúne várias denúncias.
Em pesquisa comandada pela Abraji e divulgada no início do ano, 64% das jornalistas que responderam o questionário disseram já ter sofrido abuso de poder ou autoridade de chefes ou fontes, 83,6 % já sofreram algum tipo de violência psicológica nas redações e 46% apontaram que as empresas onde trabalham não têm canais internos para receber denúncias de assédio e discriminação de gênero.
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