Estiagem revela ruínas da "Atlântida alemã"
Onda de calor e falta de chuvas faz nível de represa cair e expõe partes de vilarejos abandonados há mais de um século, tornando antiga ponte novamente transitável. Parque organiza excursões ao local.
O pior da onda de calor na Alemanha já passou, porém, a estiagem persiste. Enquanto os agricultores se mostram preocupados com a próxima safra, a contínua falta de chuva também revelou algo fascinante: no Edersee, terceira maior represa da Alemanha, emergiram ruínas de três vilarejos abandonados há mais de um século.
Conhecidos como a Atlântida do Edersee, as antigas vilas de Asel, Berich e Bringhausen foram abandonadas por seus cerca de 700 moradores entre 1908 e 1914 devido à construção da represa, que inundou a região, no centro do país.
Geralmente é possível ver uma pequena parte das ruínas dos vilarejos no outono, quando o nível do Edersee costuma baixar. Neste ano, no entanto, o fenômeno começou já no verão, em julho, e revelou muito mais das vilas do que costuma ser visível.
Agora é possível percorrer a ponte de Asel e os restos da vila de Berich a pé. O parque natural Kellerwald-Edersee vem até organizando visitas guiadas aos antigos vilarejos.
O Edersee não apenas movimenta uma usina hidrelétrica, mas também abastece o rio Weser em tempos de estiagem. Nas últimas semanas, até 25 mil litros por segundo foram liberados da represa para o rio para garantir a navegação.
Donos de restaurantes e hotéis nas redondezas da represa temem prejuízos ao turismo na região se o nível da água continuar caindo. Um evento de vela que estava agendado para o último fim de semana teve de ser cancelado.
Nessa segunda-feira (20/08) a represa estava com 23% do seu nível normal. A previsão é que, nos próximos dias, o abastecimento do rio Weser seja encerrado.
A onda de calor deixou uma série de marcas pela Europa. Nos Alpes suíços, o derretimento de uma geleira fez reaparecerem os destroços de um avião militar americano da Segunda Guerra Mundial que colidiu com o local em 1946. A estiagem também expôs bombas do conflito em rios da Alemanha, com perigo de explosões.
O Serviço Meteorológico Alemão prevê que a estiagem perdure no país pelo menos nos próximos sete a dez dias.
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