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1877: Criado o "Made in" como selo de qualidade

23/08/2018 04h32

Em 23 de agosto de 1877, foi usada no Reino Unido, pela primeira vez no mundo, a expressão "made in" para designar a procedência, protegendo assim a produção industrial do país e melhorando as chances no mercado global.Com a introdução do Merchandise Mout Act, em 1877, o Reino Unido passou a estampar em seus produtos um selo de procedência, com a afinalidade de proteger a indústria nacional. O mercado na época era dominado pela produção nas colônias britânicas e o principal concorrente eram os alemães. Em princípio, a estratégia do descrédito deu certo, pois os produtos do Reich eram considerados baratos, mas de baixa qualidade, e começaram a se acumular nas prateleiras.

O empresário alemão Wernher von Siemens foi o primeiro a reconhecer que era preciso melhorar a qualidade para aumentar as chances dos produtos alemães no mercado internacional. No começo, a nova filosofia até deu certo, mas as vendas sofreram nova derrocada entre as duas guerras mundiais.

Somente com a recuperação da economia alemã depois da Segunda Guerra é que o "made in Germany" tornou-se selo de qualidade respeitado internacionalmente. Assim como o Fusca em seu tempo, hoje, os carros das marcas Mercedes ou BMW são símbolos de confiança e precisão. Tanto que, mais de um século depois da criação da fórmula para desacreditar os produtos alemães, o feitiço virou contra o feiticeiro e hoje ela serve justamente como referência de qualidade "made in Germany".

"Made in" x "made by"

A globalização, no entanto, espalhou centros de produção e de montagem por várias partes do mundo. A Airbus, por exemplo, recebe componentes fabricados em diferentes países. Ainda faz algum sentido o selo do "made in", não seria melhor "made by"?

Segundo Hans-Peter Stihl, da fabricante alemã de motosserras Stihl, trata-se mais de uma forma para destacar a alta qualidade dos produtos. O selo assegura a confiabilidade de toda a estrutura de produção e a prestação de serviço de garantia por longo tempo. "Além do mais, as empresas estrangeiras se comprometeram a atender o controle de qualidade alemão", garante Stihl.

Há anos, florescem os negócios com produtos falsificados. Além dos perfumes, roupas e discos, a pirataria atingiu também o setor de máquinas. A ousadia é tanta que chegam a ser inventados números de fabricação, ao lado da expressão "made in". "O baixo preço deveria servir de advertência para a má qualidade do produto", adverte Stihl.

Ewald Rose (rw)

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