Jean Wyllys decide não assumir novo mandato na Câmara
Ameaçado de morte e vivendo com escolta policial desde o assassinato da vereadora Marielle Franco, deputado federal diz que está deixando o país para "se manter vivo". Wyllys foi o primeiro gay eleito ao Congresso.O deputado federal Jean Wyllys (Psol-RJ) anunciou nesta quinta-feira (24/01) que deixará o Brasil e não assumirá seu novo mandato, para o qual foi eleito em outubro do ano passado. A decisão foi anunciada em entrevista ao jornal Folha de São Paulo e depois nas redes sociais.
"Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios", escreveu Wyllys no Twitter, agradecendo ainda a seus eleitores.
Deputado federal desde 2010, Wyllys foi o primeiro homossexual assumido eleito para o Congresso e, durante seus mandatos, defendeu e atuou em favor dos direitos LGBT. Ele é um dos principais alvos de grupos conservadores nas redes sociais e recebe constantes ameaças, inclusive de morte.
Desde o assassinato de sua colega de legenda, a vereadora Marielle Franco, há pouco mais de dez meses, o deputado vive sob escolta policial. Atualmente, Wyllys está de férias fora do Brasil.
Em entrevista à Folha de São Paulo, o parlamentar contou que as ameaças de morte se intensificaram, principalmente depois da campanha eleitoral na qual foi difamado em várias notícias falsas. Por isso, ele decidiu abandonar a vida pública.
Segundo Wyllys, a revelação do envolvimento do senador eleito Flávio Bolsonaro com familiares do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, miliciano suspeito de estar envolvido na morte de Marielle, também contribuiu para a sua decisão.
"Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário. O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim", afirmou Wyllys na entrevista.
O deputado disse ter chegado ao seu limite e que deseja se manter vivo. "Essa não foi uma decisão fácil e implicou em muita dor, pois estou com isso também abrindo mão da proximidade da minha família, dos meus amigos queridos e das pessoas que gostam de mim e me queriam por perto", acrescentou.
Sobre seus planos para o futuro, Wyllys não revelou em qual país pretende morar, dizendo apenas que deseja fazer doutorado. Formado em jornalismo, ele possui mestrado em Letras e, antes de entrar para a política, foi professor universitário.
Com a decisão de desistir do mandato, é o vereador David Miranda (Psol-RJ), suplente de Wyllys, quem deve preencher a vaga na Câmara. Primeiro vereador assumidamente LGBT a ser eleito no Rio, Miranda prometeu dar sequência ao trabalho feito pelo colega no Congresso.
CN/ots
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube
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"Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios", escreveu Wyllys no Twitter, agradecendo ainda a seus eleitores.
Deputado federal desde 2010, Wyllys foi o primeiro homossexual assumido eleito para o Congresso e, durante seus mandatos, defendeu e atuou em favor dos direitos LGBT. Ele é um dos principais alvos de grupos conservadores nas redes sociais e recebe constantes ameaças, inclusive de morte.
Desde o assassinato de sua colega de legenda, a vereadora Marielle Franco, há pouco mais de dez meses, o deputado vive sob escolta policial. Atualmente, Wyllys está de férias fora do Brasil.
Em entrevista à Folha de São Paulo, o parlamentar contou que as ameaças de morte se intensificaram, principalmente depois da campanha eleitoral na qual foi difamado em várias notícias falsas. Por isso, ele decidiu abandonar a vida pública.
Segundo Wyllys, a revelação do envolvimento do senador eleito Flávio Bolsonaro com familiares do ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, miliciano suspeito de estar envolvido na morte de Marielle, também contribuiu para a sua decisão.
"Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário. O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim", afirmou Wyllys na entrevista.
O deputado disse ter chegado ao seu limite e que deseja se manter vivo. "Essa não foi uma decisão fácil e implicou em muita dor, pois estou com isso também abrindo mão da proximidade da minha família, dos meus amigos queridos e das pessoas que gostam de mim e me queriam por perto", acrescentou.
Sobre seus planos para o futuro, Wyllys não revelou em qual país pretende morar, dizendo apenas que deseja fazer doutorado. Formado em jornalismo, ele possui mestrado em Letras e, antes de entrar para a política, foi professor universitário.
Com a decisão de desistir do mandato, é o vereador David Miranda (Psol-RJ), suplente de Wyllys, quem deve preencher a vaga na Câmara. Primeiro vereador assumidamente LGBT a ser eleito no Rio, Miranda prometeu dar sequência ao trabalho feito pelo colega no Congresso.
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