Pobreza na Argentina atinge um terço da população urbana
Pobreza nas cidades afeta 8,9 milhões de pessoas e avança em paralelo à subida da inflação, que chegou a 47,6% em 2018. Governo, que se elegeu com promessa de "pobreza zero", diz que números "doem".A inflação elevada e a recessão econômica na Argentina elevaram o índice de pobreza do país para 32% no segundo semestre de 2018, uma alta de 4,7 pontos percentuais ante a primeira metade do ano, mostraram dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) nesta quinta-feira (28/03).
Trata-se do número mais alto desde a crise econômica de 2001.
Na comparação com o segundo semestre de 2017, a pobreza urbana cresceu 6,3 pontos percentuais no país. São 8,9 milhões de argentinos vivendo nessa situação.
Além disso, 6,7% da população, ou 1,8 milhão de pessoas, vive abaixo do nível de indigência, um crescimento de 1,8 ponto percentual ante o semestre anterior.
São números que "doem", admitiu o governo argentino. "A pobreza dói, claramente. Hoje é um dia triste, como foi ontem, como foi um ano atrás, porque lamentavelmente a pobreza é alta na Argentina há muitos anos", disse a ministra de Desenvolvimento Social, Carolina Stanley.
Stanley afirmou que o governo do presidente Mauricio Macri, que chegou à Presidência no fim de 2015 com promessas de "pobreza zero", trabalha "todos os dias para reverter essa situação" com ações focadas em dar "dignidade" a "cada uma das pessoas e cada uma das famílias que vivem assim".
Um grupo de sindicalistas se manifestou às portas do Indec para protestar contra a política econômica de Macri e distribuiu 500 quilos de pão de graça, rejeitando simbolicamente o aumento da pobreza.
O empobrecimento da população coincide com a aceleração da inflação, que encarece a cesta básica e serviços utilizados para medir a linha de indigência e pobreza. O índice de preços ao consumidor acumulou alta de 47,6% na Argentina no ano passado, maior avanço em 27 anos, diante de uma queda de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para calcular as cifras, o Indec leva em consideração o nível de vida nos 31 centros urbanos mais povoados do país, o que abrange 27,8 milhões de pessoas. A Argentina tem mais de 40 milhões de habitantes.
O relatório publicado nesta quinta é o sexto sobre pobreza realizado pelo Indec desde que Macri chegou ao poder. Além disso, esta é a segunda vez nos últimos três anos que o instituto registra uma alta no índice de pobreza.
Apesar disso, Macri, que pode disputar a reeleição em outubro, assegurou na quarta-feira à mídia local que o governo "está no caminho correto".
"Sou o primeiro a saber que todos tiveram que ajustar seu orçamento, que custa mais chegar ao fim do mês, mas este é o caminho da construção sobre bases sólidas", disse.
Para encarar a crise econômica, Macri fez um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um empréstimo de 57 bilhões de dólares e se comprometeu a realizar um ajuste que permita ao país encerrar o ano em equilíbrio fiscal.
PJ/efe/afp
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App | Instagram | Newsletter
Trata-se do número mais alto desde a crise econômica de 2001.
Na comparação com o segundo semestre de 2017, a pobreza urbana cresceu 6,3 pontos percentuais no país. São 8,9 milhões de argentinos vivendo nessa situação.
Além disso, 6,7% da população, ou 1,8 milhão de pessoas, vive abaixo do nível de indigência, um crescimento de 1,8 ponto percentual ante o semestre anterior.
São números que "doem", admitiu o governo argentino. "A pobreza dói, claramente. Hoje é um dia triste, como foi ontem, como foi um ano atrás, porque lamentavelmente a pobreza é alta na Argentina há muitos anos", disse a ministra de Desenvolvimento Social, Carolina Stanley.
Stanley afirmou que o governo do presidente Mauricio Macri, que chegou à Presidência no fim de 2015 com promessas de "pobreza zero", trabalha "todos os dias para reverter essa situação" com ações focadas em dar "dignidade" a "cada uma das pessoas e cada uma das famílias que vivem assim".
Um grupo de sindicalistas se manifestou às portas do Indec para protestar contra a política econômica de Macri e distribuiu 500 quilos de pão de graça, rejeitando simbolicamente o aumento da pobreza.
O empobrecimento da população coincide com a aceleração da inflação, que encarece a cesta básica e serviços utilizados para medir a linha de indigência e pobreza. O índice de preços ao consumidor acumulou alta de 47,6% na Argentina no ano passado, maior avanço em 27 anos, diante de uma queda de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Para calcular as cifras, o Indec leva em consideração o nível de vida nos 31 centros urbanos mais povoados do país, o que abrange 27,8 milhões de pessoas. A Argentina tem mais de 40 milhões de habitantes.
O relatório publicado nesta quinta é o sexto sobre pobreza realizado pelo Indec desde que Macri chegou ao poder. Além disso, esta é a segunda vez nos últimos três anos que o instituto registra uma alta no índice de pobreza.
Apesar disso, Macri, que pode disputar a reeleição em outubro, assegurou na quarta-feira à mídia local que o governo "está no caminho correto".
"Sou o primeiro a saber que todos tiveram que ajustar seu orçamento, que custa mais chegar ao fim do mês, mas este é o caminho da construção sobre bases sólidas", disse.
Para encarar a crise econômica, Macri fez um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um empréstimo de 57 bilhões de dólares e se comprometeu a realizar um ajuste que permita ao país encerrar o ano em equilíbrio fiscal.
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