Oposição derrota Macri nas eleições primárias argentinas
Alberto Fernández surpreende e vence com folga o atual presidente. Assim, chapa de Cristina Kirchner parte como favorita ao pleito de outubro, com chance de ganhar até no primeiro turno. Macri reconhece votação "ruim".O peronista Alberto Fernández derrotou com vantagem de mais de 15 pontos percentuais o presidente da Argentina, Mauricio Macri, nas eleições primárias deste domingo (11/08) no país. O candidato de centro-esquerda, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, sai assim como favorito às presidenciais de outubro.
Com quase 90% dos votos apurados, Fernández, candidato presidencial da aliança Frente de Todos, obteve 47,36% dos votos, enquanto Macri, que tenta a reeleição, conseguiu 32,23%.
Embora as sondagens eleitorais já dessem o primeiro lugar a Fernández, nenhuma pesquisa havia previsto uma vitória com diferença tão ampla. Segundo dados oficiais, a taxa de participação nas urnas foi de cerca de 75%, entre as 33,8 milhões de pessoas aptas a votar.
Para ganhar no primeiro turno, o candidato a presidente tem que obter 45% dos votos ou mais de 40% com uma diferença de 10 pontos sobre o segundo colocado. Caso os resultados se repitam na eleição presidencial de 27 de outubro, Fernández pode ser eleito sem necessidade de segundo turno.
O presidente Macri reconheceu a derrota antes mesmo da divulgação dos primeiros resultados. "Tivemos uma votação ruim e isso nos obriga, a partir de amanhã, a redobrar os esforços para que em outubro consigamos o apoio necessário para continuar com a mudança", afirmou ele em discurso a partidários.
"Claramente estamos dando tudo pelo nosso querido país. Dói que hoje não tenhamos tido todo o apoio que esperávamos, mas, a partir de manhã, todos somos mais responsáveis por este país avançar. Portanto, é dormir e recomeçar a trabalhar amanhã de manhã", acrescentou.
No discurso, Macri ressaltou que os argentinos estão decidindo nestas eleições os próximos 30 anos da Argentina e pediu que a opção seja por uma candidatura que fortaleça ainda mais a democracia.
O presidente reconheceu que o país vive tempos difíceis, em uma clara referência à crise econômica iniciada em abril do ano passado por uma abrupta desvalorização do peso, mas disse que, junto com a população, ele pode fazer mais e tirar a Argentina dessa situação se for reeleito.
"Estou aqui para ajudá-los, estou aqui porque amo este país e porque acredito em cada um dos senhores e no que, juntos, todos podemos fazer. É muito importante que todos sigamos dialogando neste país e tentando explicar ao mundo o que é que queremos. Isolados do mundo, nós não temos futuro", afirmou Macri.
Os resultados oficiais devem ser anunciados a partir desta terça-feira. Entre as dez chapas de pré-candidatos à presidência, assim como para os pré-candidatos às legislativas – em outubro será renovada metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado –, apenas terão acesso às eleições gerais as que receberem pelo menos 1,5% dos votos nas chamadas Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO).
O objetivo das primárias na Argentina é que os eleitores escolham diretamente os candidatos a disputarem a eleição presidencial de 27 de outubro. Na prática, entretanto, nenhuma agremiação política apresentou mais de uma chapa de candidatos – todos os candidatos foram escolhidos pelos partidos.
Seguindo o resultado das primárias, em outubro a escolha dos argentinos deve ser mesmo entre a reeleição de Macri e o regresso da ex-presidente Cristina Kirchner, agora como vice de Fernández, ao poder – essa segunda possibilidade é motivo frequente de comentários críticos do presidente Jair Bolsonaro.
MD/efe/lusa
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Com quase 90% dos votos apurados, Fernández, candidato presidencial da aliança Frente de Todos, obteve 47,36% dos votos, enquanto Macri, que tenta a reeleição, conseguiu 32,23%.
Embora as sondagens eleitorais já dessem o primeiro lugar a Fernández, nenhuma pesquisa havia previsto uma vitória com diferença tão ampla. Segundo dados oficiais, a taxa de participação nas urnas foi de cerca de 75%, entre as 33,8 milhões de pessoas aptas a votar.
Para ganhar no primeiro turno, o candidato a presidente tem que obter 45% dos votos ou mais de 40% com uma diferença de 10 pontos sobre o segundo colocado. Caso os resultados se repitam na eleição presidencial de 27 de outubro, Fernández pode ser eleito sem necessidade de segundo turno.
O presidente Macri reconheceu a derrota antes mesmo da divulgação dos primeiros resultados. "Tivemos uma votação ruim e isso nos obriga, a partir de amanhã, a redobrar os esforços para que em outubro consigamos o apoio necessário para continuar com a mudança", afirmou ele em discurso a partidários.
"Claramente estamos dando tudo pelo nosso querido país. Dói que hoje não tenhamos tido todo o apoio que esperávamos, mas, a partir de manhã, todos somos mais responsáveis por este país avançar. Portanto, é dormir e recomeçar a trabalhar amanhã de manhã", acrescentou.
No discurso, Macri ressaltou que os argentinos estão decidindo nestas eleições os próximos 30 anos da Argentina e pediu que a opção seja por uma candidatura que fortaleça ainda mais a democracia.
O presidente reconheceu que o país vive tempos difíceis, em uma clara referência à crise econômica iniciada em abril do ano passado por uma abrupta desvalorização do peso, mas disse que, junto com a população, ele pode fazer mais e tirar a Argentina dessa situação se for reeleito.
"Estou aqui para ajudá-los, estou aqui porque amo este país e porque acredito em cada um dos senhores e no que, juntos, todos podemos fazer. É muito importante que todos sigamos dialogando neste país e tentando explicar ao mundo o que é que queremos. Isolados do mundo, nós não temos futuro", afirmou Macri.
Os resultados oficiais devem ser anunciados a partir desta terça-feira. Entre as dez chapas de pré-candidatos à presidência, assim como para os pré-candidatos às legislativas – em outubro será renovada metade da Câmara de Deputados e um terço do Senado –, apenas terão acesso às eleições gerais as que receberem pelo menos 1,5% dos votos nas chamadas Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias (PASO).
O objetivo das primárias na Argentina é que os eleitores escolham diretamente os candidatos a disputarem a eleição presidencial de 27 de outubro. Na prática, entretanto, nenhuma agremiação política apresentou mais de uma chapa de candidatos – todos os candidatos foram escolhidos pelos partidos.
Seguindo o resultado das primárias, em outubro a escolha dos argentinos deve ser mesmo entre a reeleição de Macri e o regresso da ex-presidente Cristina Kirchner, agora como vice de Fernández, ao poder – essa segunda possibilidade é motivo frequente de comentários críticos do presidente Jair Bolsonaro.
MD/efe/lusa
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