Topo

Esse conteúdo é antigo

Morre bell hooks, pioneira do feminismo afro-americano

15/12/2021 18h59

Morre bell hooks, pioneira do feminismo afro-americano - Escritora e ativista tinha 69 anos e faleceu em sua casa, nos EUA. Ao longo da vida, hooks escreveu mais de 40 obras, traduzidas para 15 idiomas, abordando temas como feminismo e racismo.Morreu nesta quarta-feira (15/12), aos 69 anos, a ativista e escritora bell hooks, pioneira entre as feministas afro-americanas.

Hooks faleceu "após uma longa enfermidade", em sua casa, em Berea, no estado do Kentucky, informou o Barea College, universidade onde ela era professora. De acordo com o jornal Washington Post, a causa da morte foi insuficiência renal em estágio terminal. Pelo Twitter, as irmãs de hooks lamentaram a morte da escritora e informaram que ela faleceu rodeada pela família e amigos.

Com mais de 40 obras publicadas, traduzidas em 15 idiomas, hooks é considerada uma das mais importantes escritoras e teóricas feministas de sua geração.

Para o Washington Post, seu trabalho redefiniu o feminismo nos Estados Unidos e ampliou o movimento, que muitas vezes era entendido no como um instrumento apenas das mulheres brancas de classe alta e média.

Em 2020, seus livros voltaram aos holofotes após os protestos contra o racismo que tomaram conta dos Estados Unidos.

Pseudônimo em homenagem a bisavó

Nascida Gloria Jean Watkins, em 25 de setembro de 1952 em Hopkinsville, no Kentucky, ela cresceu em uma família de sete irmãos e frequentou escolas racialmente segregadas.

Posteriormente, estudou nas Universidades de Wisconsin, Stanford (Califórnia) e na Universidade da Califórnia em Santa Cruz, onde cursou inglês e fez doutorado em Literatura.

Adotou o pseudônimo de bell hooks (com iniciais minúsculas) em homenagem a sua bisavó materna, Bell Blair Hooks, para, como ela descreveu em uma entrevista, enfatizar o "conteúdo dos livros", não quem ela era.

Sob o nome de bell hooks, publicou em 1978 sua primeira obra, uma coleção de poemas intitulada And There We Wept.

Em 1981, lançou Eu não sou uma mulher, que examina a natureza do feminismo negro através das lentes do sexismo e da escravidão, assunto que voltou a ser analisado em livros como Teoria Feminista: Da Margem ao Centro e O feminismo é para todo mundo.

Ela escreveu mais de 40 obras que incluem ensaios, livros infantis e poesia, além de tocar em uma infinidade de tópicos que vão do feminismo ao racismo, passando pela cultura, política, amor e espiritualidade.

Em seus livros, mistura opiniões pessoais com política ao abordar questões tão variadas como a representação de negros no cinema, a natureza do amor ou a análise dos videoclipes de Madonna.

le (efe, Reuters, ots)