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Ucrânia rejeita rendição de Mariupol exigida pela Rússia
Ucrânia rejeita rendição de Mariupol exigida pela Rússia - Moscou se comprometia, em troca, a abrir passagem segura para soldados e civis deixarem a cidade, sitiada pelos russos. Biden anuncia ida à Polônia após visita a Bruxelas.O governo da Ucrânia descartou nesta segunda-feira (21/03) depor as armas em Mariupol, rejeitando um ultimato feito pela Rússia, que em troca se comprometia com a abertura de uma passagem segura para que soldados e civis deixassem a cidade portuária, localizada no sudeste ucraniano.
No domingo, a Rússia havia dado prazo até esta segunda-feira para que as forças ucranianas abandonassem Mariupol, sitiada há semanas e em grande parte já destruída. Em troca, as forças russas autorizariam dois corredores humanitários para saída da cidade.
No entanto, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshuchuk, recusou a rendição. "Não se pode falar em rendição, deposição de armas. Já informamos o lado russo sobre isto", afirmou, em declarações ao veículo ucraniano Ukrainska Pravda, citadas pela agência de notícias Associated Press. "Eu escrevi: em vez de perderem tempo em oito páginas de cartas, abram o corredor", ressaltou.
A cidade sitiada de Mariupol, que tem sido uma das mais castigadas por bombardeiosdesde o início da invasão russa, está enfrentando falta de energia e escassez de alimentos e água. Relatos provenientes da localidade apontam extrema violência e destruição, com cadáveres espalhados pelas ruas.
"Cerca de 3 mil morreram na cidade"
Num comunicado divulgado nesta segunda-feira, a organização não governamental Human Rights Watch (HRW) lembrou que as autoridades locais estimam em 3 mil o número de mortos na cidade, que teria 80% dos edifícios destruídos. As cifras não foram verificadas de forma independente.
"Residentes que escaparam [de Mariupol] disseram que hospitais, escolas, lojas e inúmeras casas foram danificadas ou destruídas por bombardeios. Muitos disseram que os seus familiares e vizinhos sofreram ferimentos sérios ou fatais, de fragmentos de explosivos", diz o texto da HRW, que recorda os ataques russos a hospitais e a um teatro que servia de refúgio a centenas de pessoas.
A organização realçou que populações civis devem poder ter acesso a assistência humanitária e ser retiradas de forma segura. "A Rússia está proibida de obrigar civis, de forma individual ou em massa, a viajar para cidades russas ou para países como Belarus."
As autoridades ucranianas denunciaram no domingo que milhares de pessoas teriam sido levadas à força de Mariupol para cidades russas, onde receberiam status de "refugiados" e seriam indicadas para postos de trabalho.
A HRW sublinhou que o Tribunal Penal Internacional, a comissão de inquérito do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e outras jurisdições relevantes "devem investigar potenciais crimes de guerra em Mariupol, com vista a processar os mais responsáveis".
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
"Crime de guerra maciço"
“O que ocorre em Mariupol é um crime de guerra maciço", disse nesta segunda-feira o chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, à margem de uma reunião de ministros do Exterior em Bruxelas.
Pelo menos oito pessoas morreram durante bombardeios em Kiev na madrugada desta segunda-feira a prédios residenciais e a um moderno centro comercial na região noroeste da cidade, que ficou em ruínas.
Em fotos, é possível ver um prédio de apartamentos vizinho, que permaneceu em pé como um esqueleto de concreto, com as janelas estilhaçadas.
De acordo com o Ministério da Defesa em Moscou mais de 80 combatentes do lado ucraniano teriam sido mortos durante ataque de míssil a um campo de treinamento militar em Nova Liubomirka, na região de Rivne, no noroeste da Ucrânia. A informação não havia sido confirmada pelo lado ucraniano até a manhã desta segunda-feira (horário local).
O governo da Rússia afirmou que ainda não há condições para uma reunião entre os presidentes dos dois países. "Eles simplesmente não têm nada de concreto, nada de acordos que possam cumprir", afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, de acordo com a agência de notícias Interfax.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, citou uma reunião com seu homólogo russo, Vladimir Putin, como alvo das atuais negociações. Peskov também disse que não haverá cessar-fogo nesta segunda-feira, durante a próxima rodada dessas negociações.
Biden na Polônia
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que viajará para a Polônia no final desta semana. Ele vai a Bruxelas primeiro, como previsto, nesta quinta-feira, onde participa de encontros com líderes da Otan, da UE e do G7.
Na sexta-feira, segue para Varsóvia. No sábado, ele tem agendada uma reunião com o presidente polonês, Andrzej Duda. Entre os assuntos da visita à Polônia está a crise humanitária provocada pela guerra na Ucrânia.
Segundo o governo polonês, mais de 2 milhões de refugiados já entraram na Polônia vindos da Ucrânia desde o começo da invasão russa.
Nesta segunda-feira, Biden tem marcada uma reunião por videoconferência com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, o presidente da França, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. O tema deve ser a resposta coordenada à Rússia.
md/lf (AFP, Lusa, DPA)
No domingo, a Rússia havia dado prazo até esta segunda-feira para que as forças ucranianas abandonassem Mariupol, sitiada há semanas e em grande parte já destruída. Em troca, as forças russas autorizariam dois corredores humanitários para saída da cidade.
No entanto, a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Irina Vereshuchuk, recusou a rendição. "Não se pode falar em rendição, deposição de armas. Já informamos o lado russo sobre isto", afirmou, em declarações ao veículo ucraniano Ukrainska Pravda, citadas pela agência de notícias Associated Press. "Eu escrevi: em vez de perderem tempo em oito páginas de cartas, abram o corredor", ressaltou.
A cidade sitiada de Mariupol, que tem sido uma das mais castigadas por bombardeiosdesde o início da invasão russa, está enfrentando falta de energia e escassez de alimentos e água. Relatos provenientes da localidade apontam extrema violência e destruição, com cadáveres espalhados pelas ruas.
"Cerca de 3 mil morreram na cidade"
Num comunicado divulgado nesta segunda-feira, a organização não governamental Human Rights Watch (HRW) lembrou que as autoridades locais estimam em 3 mil o número de mortos na cidade, que teria 80% dos edifícios destruídos. As cifras não foram verificadas de forma independente.
"Residentes que escaparam [de Mariupol] disseram que hospitais, escolas, lojas e inúmeras casas foram danificadas ou destruídas por bombardeios. Muitos disseram que os seus familiares e vizinhos sofreram ferimentos sérios ou fatais, de fragmentos de explosivos", diz o texto da HRW, que recorda os ataques russos a hospitais e a um teatro que servia de refúgio a centenas de pessoas.
A organização realçou que populações civis devem poder ter acesso a assistência humanitária e ser retiradas de forma segura. "A Rússia está proibida de obrigar civis, de forma individual ou em massa, a viajar para cidades russas ou para países como Belarus."
As autoridades ucranianas denunciaram no domingo que milhares de pessoas teriam sido levadas à força de Mariupol para cidades russas, onde receberiam status de "refugiados" e seriam indicadas para postos de trabalho.
A HRW sublinhou que o Tribunal Penal Internacional, a comissão de inquérito do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e outras jurisdições relevantes "devem investigar potenciais crimes de guerra em Mariupol, com vista a processar os mais responsáveis".
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
"Crime de guerra maciço"
“O que ocorre em Mariupol é um crime de guerra maciço", disse nesta segunda-feira o chefe de política externa da União Europeia (UE), Josep Borrell, à margem de uma reunião de ministros do Exterior em Bruxelas.
Pelo menos oito pessoas morreram durante bombardeios em Kiev na madrugada desta segunda-feira a prédios residenciais e a um moderno centro comercial na região noroeste da cidade, que ficou em ruínas.
Em fotos, é possível ver um prédio de apartamentos vizinho, que permaneceu em pé como um esqueleto de concreto, com as janelas estilhaçadas.
De acordo com o Ministério da Defesa em Moscou mais de 80 combatentes do lado ucraniano teriam sido mortos durante ataque de míssil a um campo de treinamento militar em Nova Liubomirka, na região de Rivne, no noroeste da Ucrânia. A informação não havia sido confirmada pelo lado ucraniano até a manhã desta segunda-feira (horário local).
O governo da Rússia afirmou que ainda não há condições para uma reunião entre os presidentes dos dois países. "Eles simplesmente não têm nada de concreto, nada de acordos que possam cumprir", afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, de acordo com a agência de notícias Interfax.
O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, citou uma reunião com seu homólogo russo, Vladimir Putin, como alvo das atuais negociações. Peskov também disse que não haverá cessar-fogo nesta segunda-feira, durante a próxima rodada dessas negociações.
Biden na Polônia
O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou que viajará para a Polônia no final desta semana. Ele vai a Bruxelas primeiro, como previsto, nesta quinta-feira, onde participa de encontros com líderes da Otan, da UE e do G7.
Na sexta-feira, segue para Varsóvia. No sábado, ele tem agendada uma reunião com o presidente polonês, Andrzej Duda. Entre os assuntos da visita à Polônia está a crise humanitária provocada pela guerra na Ucrânia.
Segundo o governo polonês, mais de 2 milhões de refugiados já entraram na Polônia vindos da Ucrânia desde o começo da invasão russa.
Nesta segunda-feira, Biden tem marcada uma reunião por videoconferência com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, o presidente da França, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. O tema deve ser a resposta coordenada à Rússia.
md/lf (AFP, Lusa, DPA)
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