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Humilhação e cela com assassinas: a vida das brasileiras presas na Alemanha

No centro de detenção em Frankfurt, o casal dormia em celas separadas e disse ter convivido com pessoas "verdadeiramente perigosas". - Arquivo pessoal
No centro de detenção em Frankfurt, o casal dormia em celas separadas e disse ter convivido com pessoas "verdadeiramente perigosas". Imagem: Arquivo pessoal

Leandro Carneiro

Do UOL, com informações da DW

17/04/2023 08h20

As brasileiras Kátyna Baía, de 44 anos, e Jeanne Paolini, de 40, que ficaram presas por mais de um mês na Alemanha após terem a etiqueta de suas bagagens trocadas, relataram os "dias terríveis" que passaram na prisão, em entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo.

O casal conta que chegou a ser colocado em uma sala suja, onde passou frio e fome. No centro de detenção em Frankfurt, dormiam em celas separadas e disseram ter convivido com pessoas "verdadeiramente perigosas", inclusive assassinas.

"Pesadelo" na prisão em Frankfurt

Elas contam que passavam 16 horas por dia trancadas em celas individuais "muito pequenas", de cerca de 6 metros quadrados cada, e só se encontravam nos horários de convivência coletiva.

"Nós não tínhamos livro, não tínhamos televisão. Uma hora ali dentro, para a gente, era um dia. [...] Quando eu abria o olho, eu olhava e [pensava]: 'Não acabou esse pesadelo. Eu ainda estou nessa cela'", diz Jeanne.

"A sensação de injustiça era muito grande. Ficar dentro de um presídio sabendo que você é inocente, dói demais. Isso trazia um desespero para a gente todos os dias. 'Por que isso aconteceu com a gente?'"

No presídio, elas dizem que conviviam com pessoas que haviam cometido todo tipo de crime. "Assassinas, assassinas em série, incendiárias? tinha todo tipo de pessoas", conta Kátyna. "Era um ambiente insalubre de várias maneiras: mentalmente, fisicamente; e nós temíamos por nossa segurança, obviamente, porque estávamos convivendo com pessoas perigosas, verdadeiramente perigosas."