Sobe para 42 o número de policiais mortos em emboscada no Quênia

Nairóbi, 13 nov (EFE).- O número de policiais quenianos mortos em uma emboscada de ladrões de gado no distrito de Samburu, no norte do Quênia, subiu para 42 depois que as autoridades do país encontraram, ontem, ainda mais corpos em uma floresta.

Após o ataque, que aconteceu na tarde de sábado, inicialmente informou-se que havia ao menos sete agentes mortos e inúmeros desaparecidos, mas desde então o número informado de vítimas do efetivo da polícia aumentou várias vezes drasticamente após serem encontrados mais cadáveres.

Ontem, segundo a imprensa local, foram localizados ao todo 14 corpos no Vale de Suguta, no norte do Quênia, onde aconteceu o ataque, o pior que a polícia do país sofreu desde sua independência, em 1963.

"Estamos horrorizados com o que vimos, corpos de policiais esquartejados por todas as partes", disse à emissora local "Capital FM" um agente que foi testemunha do descobrimento dos corpos, que pediu para permanecer anônimo. "Nunca vi nada parecido", acrescentou.

O incidente aconteceu quando um grande grupo de agentes, que participavam de uma operação para prender ladrões de gado, caíram em uma emboscada.

"(Os criminosos) tinham roubado gado de uma comunidade vizinha em Samburu e não devolveram. Foi então que os agentes decidiram seguí-los", explicou outro policial.

Segundo a imprensa, os ladrões que armaram a emboscada estavam equipados com armas pesadas e dispararam indiscriminadamente contra as forças de segurança.

O grupo de criminosos supostamente havia roubado gado em Samburu no fim de outubro, e matado 13 pessoas durante o ataque.

O Comissário da Polícia do Quênia, Matthew Iteere, foi ao lugar do incidente ontem com uma delegação de alta patente e anunciou que "será feito tudo que for possível para garantir que os assassinos sejam julgados".

Prevê-se que durante o dia de hoje os cadáveres dos agentes sejam transferidos de avião a Nairóbi.

Nos últimos meses, confrontos entre grupos tribais, sobretudo no leste do Quênia, deixaram pelo menos 100 mortos, o que aumenta o clima de tensão antes das eleições que o país deve realizar em 4 de março, já que as eleições de 2007 geraram intensos conflitos.

Embora os analistas neguem que o ataque à polícia esteja relacionado a assuntos políticos, o incidente causa preocupação quanto à segurança do país devido aos poucos recursos da polícia e sua incapacidade de controlar as regiões mais conflituosas do país. EFE

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