Incêndio em Valparaíso é reavivado com vento, e população tem de sair
As autoridades chilenas ordenaram neste domingo (13) a retirada de casas na colina de Ramaditas, na parte alta de Valparaíso, onde foi reativado o incêndio que desde ontem já arassou 800 hectares, provacando 11 mortes e destruindo 1.200 casas.
Os 1.500 bombeiros e brigadistas que integram as equipes de emergência lutam contra o relógio para dominar os novos focos de incêndio que foram reativados pelo vento e tentam manter o resto sob controle, antes que fique de noite e as 20 aeronaves que combatem as chamas, entre helicópteros e hidraviões, deixem de operar.
"Há alguns lugares onde o incêndio voltou e estamos trabalhando", declarou a presidente chilena, Michelle Bachelet, durante um percurso por algumas das colinas afetadas.
A Marinha atribuiu a situação ao vento e às adversas condições meteorológicas.
O Centro Meteorológico do Governo de Valparaíso, cidade portuária situada a 120 quilômetros ao oeste de Santiago, indicou que a previsão é que o vento, que atualmente alcança os 18 km/h, diminua especialmente a partir da meia-noite.
O combate ao fogo se concentra neste momento na colina de Ramaditas, uma zona florestosa muito próxima a um setor habitado, onde há uma frente de fogo de 4,2 quilômetros em cuja extinção trabalham sete brigadas.
O diretor-executivo da Corporação Nacional Florestal (Conaf), Aaron Cavieres, informou à "CNN" que até o momento nenhum brigadista ficou ferido durante os trabalhos de extinção deste devastador incêndio, que começou na tarde do sábado em uma área florestal e rapidamente se propagou a cinco colinas habitadas.
A Conaf espera reforçar suas equipes com a chegada na segunda-feira de pessoal procedente da província de Arauco e na terça-feira desde Concepción, a 515 quilômetros ao sul de Santiago.
A empresa de água potável Esval anunciou neste domingo um corte na provisão em Valparaíso e na vizinha cidade de Viña del Mar, com objeto de atender a demanda provocada pelos incêndios.
"Somos uma cidade muito vulnerável. Fomos construtores e arquitetos de nossos próprios perigos", declarou neste domingo ao "Canal 24 Horas" o prefeito de Valparaíso, Jorge Castro, que se declarou "impotente" perante a emergência que desde sábado calcinou cinco colinas povoados da cidade.
O estado de exceção decretado ontem pela presidente Bachelet, que põe sob comando das forças armadas a manutenção da ordem pública e a segurança na zona de catástrofe, se manterá enquanto continuar a situação de emergência, detalharam as autoridades.
Ao mesmo tempo que começa a ser distribuída ajuda para os afetados e as equipes municipais realizam o cadastro de danos, os moradores de Valparaíso começaram a recolher o que restou das casas destruídas, muitas delas ainda em brasas.
As autoridades suspenderam as aulas para amanhã em toda a cidade, onde moram cerca de 250 mil pessoas.
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